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Fim do desconto nos passes escolares reduz serviços dos transportes rodoviários

A extinção, já a partir do próximo ano letivo, do desconto de 25% nos passes dos estudantes entre os quatro e os 23 anos traduzir-se-á numa redução dos serviços prestados pelas transportadoras rodoviárias e irá acentuar a quebra na procura, segundo a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros.
Foto de Paulete Matos.

"Em alguns casos, face à redução da procura e ao aumento dos custos, as empresas vão ter de reduzir os serviços para poderem sobreviver", alertou, em declarações à agência Lusa, Luís Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP), que representa 120 empresas de transporte rodoviário de passageiros.

Segundo a ANTROP, no primeiro semestre de 2012, registou-se uma redução de 11,3% do número de passageiros transportados nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, face ao mesmo período do ano anterior. A queda foi de 6,2% fora das áreas metropolitanas.

"Se quisermos dar uma ideia mais objetiva do número global de passageiros de que estamos a falar, podemos adiantar que, por ano, estaremos a perder cerca de 35 milhões de passageiros", sublinhou Luís Cabaço Martins.

O fim do desconto de 25% nos passes 4-18, destinado a todos os alunos entre os quatro e os 18 anos de idade, e sub23, que abrange os estudantes do ensino superior - público ou privado - até aos 23 anos, irá originar uma redução da procura nas áreas metropolitanas que não deverá ser invertida, conforme alerta o presidente da ANTROP.

No que respeita aos transportes rodoviários fora das áreas metropolitanas, “há o mecanismo do transporte escolar”, adiantou Luís Cabaço Martins, lembrando, contudo, que a dívida das autarquias às empresas de transportes totaliza cerca de 60 milhões de euros e que, para esse mecanismo funcionar “as câmaras têm de ter dinheiro”. “Se isto não acontecer, as empresas podem fechar", frisou.

O fim do desconto nos passes escolares, que agora passa a ser feito de acordo com os rendimentos do agregado familiar, surge depois de, em fevereiro, o governo ter reduzido de 50 para 25% o desconto efetuado aos titulares dos passes para estudantes e seniores.

 

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