Fecho da Av. da Liberdade é “privatização do espaço público”

18 de junho 2011 - 12:22

O Bloco de Esquerda acusa a Câmara Municipal de Lisboa de "atropelo" à gestão democrática do espaço público ao fechar ao trânsito a Avenida da Liberdade para o "Mega Pic Nic" do Continente.

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O “Mega-Picnic" é um evento comercial que transforma uma das principais artérias da cidade num “centro comercial a céu aberto” do Grupo Continente, defende o Bloco.

Em comunicado, o Bloco manifesta-se contra o que considera “privatização do espaço público” em Lisboa com o "Mega Pic Nic" do Continente que ocupará toda a Av. da Liberdade, durante este sábado.

Segundo o Bloco, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu arbitrariamente cortar o trânsito na Avenida da Liberdade durante 4 dias para a realização de "Um Mega-Picnic", um evento comercial que transforma uma das principais artérias da cidade num “centro comercial a céu aberto” do Grupo Continente.

“O Bloco de Esquerda não aceita que, sob um pretexto que ainda está por provar - de que este evento promoveria a produção nacional -, se venha agrilhoar qualquer espaço público da cidade em geral e muito menos uma das principais artérias da cidade, a Avenida da Liberdade, limitando o acesso ao espaço em causa e dificultando a mobilidade de milhares de cidadãos ao local e zonas limítrofes”, lê-se no comunicado enviado à imprensa.

Os bloquistas criticam a "privatização do espaço público", considerando que é "um atentado ao interesse público de livre usufruto de uma zona nobre da cidade de Lisboa".

No comunicado, o Bloco lembra iniciativas anteriores em que a câmara terá decidido "a ocupação do espaço público por operadores privados sem ter em conta as expectativas, a opinião e os direitos dos cidadãos", considerando tratar-se de "um atropelo à gestão democrática do espaço público".

Segundo o Bloco, o presidente da câmara, António Costa, “tem negligenciado por completo que o princípio da participação dos cidadãos deve ser um traço principal da governação municipal moderna” e por isso os bloquistas aconselham a autarquia a "inverter esta prática autoritária de decisão, e a promover o debate".