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Ex-trabalhadores da Peugeot/Citroën de Mangualde contratados por metade do salário

Cerca de 100 ex-trabalhadores foram novamente contratados pela empresa por metade do salário que recebiam anteriormente. Segundo o presidente da CT, “muitos não chegam a levar o ordenado mínimo para casa”.
Em 2009, a Peugeot/Citroën de Mangualde despediu 500 trabalhadores.

A fábrica Peugeot/Citroën de Mangualde conta, desde terça-feira, com um terceiro turno, em horário nocturno, que abrange 300 trabalhadores, dos quais 100 são ex-trabalhadores da empresa.

A decisão relativa a esta contratação foi tomada em Julho passado, com base nas perspectivas de evolução do mercado dos modelos fabricados nesta unidade, entre os quais o Berlingo First e Peugeot Partner.

Com mais este turno, a empresa pretende assegurar a produção diária de 260 veículos por um período de, pelo menos, 6 meses.

Esta notícia foi bem recebida, tendo em conta que a empresa havia despedido 500 trabalhadores em 2009, e que pairava a possibilidade de um possível encerramento.

As condições que foram oferecidas aos 300 trabalhadores são, contudo, alvo de criticas e mereceram, por parte do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, um conjunto de questões que foram encaminhadas para o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e para o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento.

Antes de mais, não são asseguradas aos trabalhadores quaisquer perspectivas de continuidade, já que esta contratação está planeada para um período de seis meses, sendo alvo de reavaliação após este tempo. Os trabalhadores foram, inclusive, contratados por uma empresa de trabalho temporário, só tendo sido posteriormente chamados a firmar contrato com a empresa.

Também não se percebe porque é que apenas um terço dos trabalhadores contratados já trabalharam na unidade, já que foram despedidos, em 2009, 500 trabalhadores.

Jorge Abreu, presidente da Comissão de Trabalhadores (CT) lembra que os cerca de 100 ex-trabalhadores da empresa, despedidos em 2009, “São trabalhadores especializados, que tinham um vínculo com a empresa, com vencimentos entre os 700 e os 800 euros e que agora regressam a ganhar metade”, sendo que “muitos não chegam a levar o ordenado mínimo para casa”. O presidente da CT denuncia ainda que o horário semanal desta terceira equipa começa às 23h de domingo, sem que a remuneração que lhe corresponde o tenha em conta.

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