Carvalho da Silva: “É indispensável um aumento da luta social”

13 de maio 2010 - 16:29

CGTP e Bloco de Esquerda condenaram os sacrifícios que PS e PSD querem impor aos mais pobres. Francisco Louçã considerou que a aliança entre Sócrates e P. P. Coelho representa "uma corrida para o abismo" e reafirmou as propostas alternativas do Bloco. Carvalho da Silva apelou ao aumento da luta social.

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Carvalho da Silva com Francisco Louçã e Carlos Trindade após a reunião da CGTP com o Bloco. Foto Ana Feijão

Ao fim da manhã desta Quarta feira, delegações da CGTP e do Bloco de Esquerda reuniram na sede bloquista para debater a situação política e social actual. No final da reunião Carvalho da Silva e Francisco Louçã prestaram declarações à comunicação social.

O secretário geral da CGTP considerou que as medidas anunciadas pelo governo são "muito violentas, muito duras para a esmagadora maioria dos trabalhadores, com sacrifícios enormes para os que têm mais baixos rendimentos". Considerando que "não estamos condenados a estas políticas", Carvalho da Silva afirmou que é preciso "travar" este caminho e anunciou a realização de um plenário da CGTP, com carácter de urgência, no próximo Sábado à tarde.

"A nossa determinação será muito forte para uma mobilização dos trabalhadores e do povo português de resposta [às medidas do governo]", disse o secretário geral da CGTP.

Carvalho da Silva afirmou ainda que "é inevitável e é indispensável um aumento da mobilização e da luta social, porque as injustiças são muito profundas e a violência sobre a vida das pessoas com menores rendimentos deste país é uma coisa muito dura".

Francisco Louçã disse que "esta corrida para o abismo que representa a aliança entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho para diminuir os salários e aumentar os impostos é uma tragédia económica, é incompetência económica, é falta de respeito pela palavra dada, é falta de atenção aos problemas é não querer ter soluções".

Salientando que há alternativa, Francisco Louçã disse que "podemos poupar 2.000 milhões de euros se tivermos mais justiça nos impostos e lembrou que "não há nenhuma taxa especial" sobre os bónus extraordinários como o de António Mexia, "que só por si representa, num ano, 300 anos do salário de um trabalhador qualificado".

A reunião entre o Bloco e a central sindical integra-se num conjunto de reuniões que a CGTP está a fazer com os partidos. A delegação da CGTP era composta pelo secretário geral Manuel Carvalho da Silva e por Maria do Carmo Tavares, Carlos Trindade e Ulisses Garrido da comissão executiva. A delegação do Bloco de Esquerda era composta por Francisco Louçã e pela deputada Rita Calvário.