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Autarcas portugueses desafiados a abandonar herbicidas

No âmbito da Semana Internacional de Ação Contra os Pesticidas, a Plataforma Transgénicos Fora e a Quercus convidaram todos os presidentes de Câmaras Municipais a aderir à iniciativa "Autarquias Sem Glifosato”. O resultado será publicado em outubro.

Com esta iniciativa, as associações quiseram alertar para “os riscos ambientais e de saúde da aplicação de herbicidas em espaços urbanos, prática generalizada por todo o país”. No próximo mês de outubro, irão divulgar pela primeira vez o registo público das “Autarquias sem Glifosato”, para mostrarem como exemplos a seguir esses “concelhos e freguesias cujos executivos se comprometeram a deixar de aplicar herbicidas sintéticos no controle de plantas infestantes em zonas de lazer, vias públicas e restantes espaços sob a sua responsabilidade”.

“Em Portugal, está autorizada a comercialização de um herbicida à base de glifosato para usos urbanos, o SPASOR. O seu fabricante, a multinacional Monsanto, alega que é inócuo para insectos auxiliares, minhocas, abelhas e humanos e completa e rapidamente biodegradável na água e no solo”, refere o comunicado de imprensa da Plataforma Transgénicos Fora, que integra onze ONG’s portuguesas de defesa do ambiente. Os ambientalistas contrapõem com estudos publicados em revistas científicas internacionais  que são “reveladores das consequências gravosas para a saúde e para o ambiente, de vários herbicidas e em particular daqueles cuja substância ativa é o glifosato”.

No entender das organizações reunidas nesta Plataforma, o uso crescente do herbicida glifosfato em muito se deve “à proliferação das culturas geneticamente modificadas (OGM) que passaram a resistir ao herbicida (quando antes da modificação genética morriam com ele)”.

A Plataforma alerta ainda para o efeito “desregulador hormonal e cancerígeno” do glifosfato nos animais e na sua degradação lenta para a água, sublinhando que “em França mais de metade das águas superficiais analisadas tinham resíduos de glifosato e/ou de AMPA, o seu metabolito tóxico”. A Quercus assinala que desde 2012 tem alertado a Associação Nacional dos Municípios Portugueses para o problema do uso de herbicidas em espaços públicos, situação que não sofreu alterações desde então. 

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