Ana Gomes sente “vergonha e amargura” perante voto do PS

21 de setembro 2010 - 18:48

A eurodeputada Ana Gomes sente vergonha e amargura perante a rejeição da bancada socialista do voto de condenação da expulsão de ciganos em França, proposto pelo Bloco de Esquerda, no Parlamento, na passada sexta-feira.

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Ana Gomes denuncia a posição do PS e a sua justificação exemplificada numa expressão que considera politicamente indefensável - "o Sarko é amigo...”.

“Vergonha e amargura - é o que expresso agora, depois de ter falado com deputados socialistas na AR para apurar o que se passou: 'ordens de cima!'", lê-se no blogue Causa-Nossa, da eurodeputada socialista Ana Gomes.

Referindo que só um deputado do PS, Sérgio Sousa Pinto, a quem presta homenagem, teve “a coragem” de votar de acordo com a sua consciência, além de mais catorze deputados, Ana Gomes critica o que apelida de “indecorosas instruções”, isto é, o facto da orientação de voto da bancada do PS ter sido determinada a partir “instâncias tacanhas”. Algo que considera inaceitável por considerar estar em causa a lei europeia e direitos humanos fundamentais.

Ana Gomes denuncia a posição do seu partido muito criticamente por saber que as tais “ordens” que levaram a bancada socialista a rejeitar o voto do Bloco, em conjunto com o PSD e o CDS, contrariando a votação no parlamento europeu de condenação a política xenófoba de Sarkozy, vieram de instâncias governamentais.

A eurodeputada considera tais ordens “insuportáveis”, “por serem ofensivas do que deve corresponder à consciência política de um/uma socialista” e “contradizerem o património histórico e político do PS”.

Assim, Ana Gomes denuncia a posição do PS e a sua justificação exemplificada numa expressão que considera politicamente indefensável - "o Sarko é amigo...”. Mas deixa bem clara a sua posição sobre esta questão: “Para registo: diante de tais ordens, eu desobedeço”.

Além disto, Ana Gomes também lamenta, com “incredulidade e apreensão”, que não tenha sido o seu partido a tomar a iniciativa, revelando uma descoordenação entre a actuação política na Assembleia da República e o parlamento Europeu, e “ainda por cima num assunto de excepcional sensibilidade política (ao ponto de, finalmente, levar Durão Barroso a engrossar a voz face ao seu correlegionário de direita Sarkozy no último Conselho Europeu)”.

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