Esses extremos causaram interrupções nos transportes, na geração e distribuição de eletricidade e na produção e distribuição de alimentos, todas muito prejudiciais à economia e com muito desconforto para as pessoas.
Foram ondas de calor na Eslovénia e na Austrália, na Rússia e em partes do Ártico as temperaturas ficaram 10 graus Celsius acima do normal. Neve no Vietname e seca violenta, frio extremo e tempestades de neve nos Estados Unidos, com o fenómeno do vórtice polar. Na Grã-Bretanha foi o inverno mais molhado dos últimos 250 anos. No Hemisfério sul, foi o começo de ano mais quente já registado, atingindo milhões de pessoas em cidades do Brasil e do sul da África.
“Tanto as regiões polares, quanto as equatoriais, experimentaram extremos. Houve precipitação de neve muito pesada e acima da média; no sul dos Alpes, as temperaturas mensais foram extremamente altas; do leste da Mongólia ao leste da China, no hemisfério sul, na Austrália, na Argentina e no Brasil houve severas ondas de calor. O clima anormalmente frio no leste dos Estados Unidos coincidiu com severas tempestades na Europa,” diz o boletim da Organização Meteorológica Mundial (WMO). E mais, regista que “em Melbourne, Adelaide e Canberra, na Austrália as ondas de calor foram as mais quentes jamais registadas, enquanto as temperaturas em Moscovo ficaram 11 graus Celsius acima do normal. Na Alemanha e na Espanha em janeiro as temperaturas ficaram 2 graus Celsius acima do normal.”
A WMO conclui que ainda precisa tempo para para determinar se esses evento são anómalos quando tomados globalmente. “Mas quando examinados regionalmente, como a onda de calor na Austrália ou o frio nos Estados Unidos são de facto anomalias, não são usuais.” São pontos definitivamente fora da curva. No mês que vem, a WMO publicará um relatório mais completo sobre o aumento da probabilidade de eventos climáticos extremos com a mudança climática.
Artigo de Sérgio Abranches, publicado por Instituto CarbonoBrasil