“Quando Passos promete o fim da crise, vêm aí mais sacríficios”

26 de dezembro 2012 - 11:25

A mensagem de Natal que o primeiro-ministro dirigiu ao país, no dia de Natal, mereceu críticas de toda a oposição. Passos Coelho afirmou que “é preciso renunciar ao pessimismo” e que “dias mais felizes estão à nossa frente”, mas o coordenador bloquista lembra que as pessoas “conhecem esta habilidade” do primeiro-ministro. “Não é a primeira vez que Passos Coelho promete o fim da crise e, sempre que o fez, foi sempre mais austeridade e mais sacrifícios o que se seguiu”.

PARTILHAR
“Também não é verdade” que o Governo tenha reformado a economia: “Os resultados destas mudanças na economia estão à vista, mais falências e mais desemprego, essas são as reformas de que Pedro Passos Coelho se pode orgulhar”, afirmou João Semedo. Foto de Paulete Matos.

Após a mensagem de Natal de Pedro Passos Coelho, transmitida no final do dia de Natal, João Semedo lembrou, em declarações à imprensa, que as pessoas já conhecem a “habilidade” do primeiro-ministro de prometer o fim da crise e isso se traduzir em mais sacrifícios.



“Não é a primeira vez que Pedro Passos Coelho promete o fim da crise e, sempre que o fez, ficou sempre por cumprir esta promessa e foi sempre mais austeridade e mais sacrifícios o que se seguiu. Os portugueses conhecem esta habilidade de Pedro Passos Coelho”, disse o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, citado pela Lusa.



Assim, para o Bloco de Esquerda, neste Natal, o primeiro-ministro voltou mais uma vez a prometer “prosperidade e felicidade, mas os portugueses bem sabem que, em 2013, o que terão será mais impostos, mais sacrifícios, mais desemprego mais pobreza”, além de “um corte generalizado nas pensões, e um corte muito profundo no orçamento dos serviços públicos, na escola pública e no serviço nacional de saúde”, que o Governo “está a preparar”.



João Semedo insistiu ainda em que “não é verdade”, ao contrário do que afirmou o primeiro-ministro, “que a austeridade e os sacrifícios estejam a ser repartidos por igual”.



“Pedro Passos Coelho e o seu Governo têm protegido os bancos e os mais poderosos, e têm sobretudo sacrificado os mais de três milhões de portugueses que têm rendimentos inferiores a 400 euros. Essas têm sido as principais vítimas da crise e os principais sacrificados pela política de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas”, sublinha, considerando que o primeiro-ministro tratou esses mais de três milhões de portugueses “como se de ricos se tratassem”.



“Esta política é exatamente o contrário de sair da crise”



Por outro lado, disse ainda, “também não é verdade” que o Governo tenha reformado a economia: “Os resultados destas mudanças na economia estão à vista, mais falências e mais desemprego, essas são as reformas de que Pedro Passos Coelho se pode orgulhar”, afirmou.



“O que nós dizemos, é que esta política é exatamente o contrário de sair da crise. É mais défice, mais dívida e mais crise”, afirma, sublinhando, que os portugueses, porém, “não se resignam” e “não se deixam enganar por sucessivas promessas de um amanhã de felicidade e prosperidade”.



“Os portugueses já perceberam que, para tirar o país da crise, é necessário mudar de politica e, para mudar de política, é preciso acabar com a troika e demitir o Governo”, propõe.



O primeiro-ministro afirmou, na sua mensagem de Natal, que são grandes os "desafios" e "tarefas" de 2013 e que, embora a crise não esteja vencida, estão lançadas "as bases de um futuro próspero", e cumprida a "esmagadora maioria" do programa da troika.



"No momento em que se aproxima o final de um ano de grandes sacrifícios para os portugueses, sabemos que ainda não pusemos esta grave crise para trás das costas. Mas também sabemos que já começámos a lançar as bases de um futuro próspero. Ainda não podemos declarar vitória sobre a crise, mas estamos hoje muito mais perto de o conseguir", declarou Pedro Passos Coelho.



O primeiro-ministro afirmou ainda “a certeza de que os dias mais prósperos e mais felizes do nosso Pais estão à nossa frente” e que é altura de “renunciarmos de uma vez por todas ao pessimismo que marcou a nossa história recente”.