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“Muro da Vergonha” de Beja não é caso único

Em Montemor-o-Novo, em 2007, foi construído um muro muro à volta do bairro da Janelinha, para o isolar de uma piscina. Comunidade cigana prepara protesto contra muro de Beja.
Bruno Gonçalves, do Centro de Estudos Ciganos e do SOS Racismo

O “muro da vergonha” de Beja, que isola o bairro das Pedreiras do centro da cidade, não é caso único em Portugal. Já em 2007, a organização SOS Racismo denunciara a Câmara de Montemor-o-Novo por ter construído um muro à volta do bairro da Janelinha, onde reside uma comunidade cigana paredes-meias com um complexo de piscinas cobertas. Nesse caso, o muro serviu para isolar o bairro das piscinas.

No caso de Beja, o bairro das Pedreiras foi construído pela câmara municipal em 2006 para realojar cerca de 50 famílias ciganas. “O muro tem cerca de 3 metros de altura”, diz Bruno Gonçalves, do Centro de Estudos Ciganos e do SOS Racismo, ouvido pelo Esquerda.net, “e é uma verdadeira vergonha.” A população do bairro, explica, é forçada a fazer uma volta de mais de três quilómetros para chegar ao centro de Beja, tornando-se assim muito mais difícil o acesso dos moradores do bairro aos serviços situados no centro da cidade.

“Os moradores, revoltados, já abriram um buraco no muro, para ter a sua acessibilidade melhorada, mas a câmara foi lá e tapou tudo de novo”, denuncia Bruno Gonçalves. O muro já foi alvo de uma denúncia do European Roma Rights Centre (ERRC) junto do Comité Europeu dos Direitos Sociais (CEDS) contra o estado português.

A União Romani Portuguesa ameaça fazer uma concentração nacional às portas de Beja, caso a autarquia não resolva vários problemas.

O Centro de Estudos Ciganos concorda com a realização de protestos urgentes. “Este muro da vergonha não pode continuar. Tem de ser feita pressão para acabar com aquela prisão.”

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