Ainda a manifestação não tinha começado junto ao parlamento em Rabat, e as dezenas de pessoas que queriam participar no protesto foram alvo de uma carga policial violenta, que deixou vários feridos, segundo a agência espanhola EFE, presente no local.
Os agentes policiais pontapearam as pessoas que estavam sentadas no chão durante o protesto e agrediram vários jornalistas, retirando-lhes o material de trabalho.
Em número superior ao dos manifestantes e equipada com material anti-distúrbios, a polícia atacou a concentração convocada por um grupo de mulheres contra as prisões políticas na região montanhosa do Rif, onde os protestos contra a corrupção, a pobreza e o desemprego e pelo desenvolvimento daquela região se mantêm desde outubro, após a morte de um vendedor ambulante em Al-Hoceïma, triturado num camião do lixo quando tentava recuperar o peixe que a polícia lhe apreendera.
La manifestación en #Rabat frente al Parlamento, organizada por "mujeres contra las detenciones políticas" en el #Rif disuelta con violencia pic.twitter.com/peDR0OMyyU
— Youssef Ouled (@ymouled) 8 de julho de 2017
A manifestação deste sábado em Rabat exigiu o fim as detenções políticas no Rif e a libertação dos ativistas presos nos últimos meses. Outras concentrações com o mesmo objetivo realizaram-se nos últimos dias em Casablanca e Tânger, e também em Bruxelas.
Video de la violencia policial en #Marruecos a las manifestantes en #Rabat grabado por Iklil Bouhmouch antes de que rompieran su móvil #Rif pic.twitter.com/qve2EohpFF
— Youssef Ouled (@ymouled) 9 de julho de 2017
O governo marroquino diz ter prendido 176 pessoas desde outubro nos protestos que têm abalado o nordeste do país, sobretudo após a prisão de Nasser Zefzafi, considerado o líder do movimento. Esta segunda-feira começa o julgamento de Zefzafi, preso desde maio, quando interrompeu o sermão da sexta-feira numa mesquita de Al-Hoceïma, apelando à mobilização nas ruas.
(notícia atualizada a 10 de julho)