Nisa: petição contra exploração de urânio

06 de fevereiro 2008 - 18:40
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MineraçaoO Movimento Urânio em Nisa, Não» (MUNN) lançou na Internet uma petição para protestar contra a eventual exploração de urânio na região. A petição pede que haja uma profunda reflexão antes de qualquer decisão que possa hipotecar o futuro de Nisa. Nisa, no distrito de Portalegre, possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial de 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.

Paulo Bagulho, do MUNN, explicou à agência Lusa que a eventual exploração de urânio em Nisa, região está a deixar os cidadãos preocupados. "Queremos reunir um grande número de assinaturas para enviar à Assembleia da Republica e ao Presidente da República para mostrar a nossa indignação e preocupação sobre uma eventual exploração deste minério em Nisa", disse.

A possibilidade do governo lançar um concurso para a exploração daquele minério em Nisa leva os responsáveis do movimento, que junta várias associações locais, a prometer acções de protesto.

A associação ambientalista Quercus também se opõe à eventual exploração de

urânio em Nisa, alertando para os "grandes impactos" que tal poderá causar

em termos ambientais e da saúde da população. "O urânio tem muito mais consequências do que outros minérios normais, tanto em termos dos impactos para o ambiente, como dos problemas que implica para a saúde", disse Nuno Sequeira, do núcleo de Portalegre da Quercus.

A última mina de Urânio em Portugal foi encerrada há 15 anos em Viseu.

A exploração das minas de Nisa esteve para acontecer no início da década de 90, mas para ser viável, o preço do urânio teria de passar a barreira dos 20 dólares e, na altura, a cotação estava abaixo, nos 18/19 dólares. Nos últimos cinco anos, o preço multiplicou por 10. Recentemente, a empresa SXR Uranium estimou que no próximo ano este minério possa chegar aos 250 dólares.

Este facto mobilizou o governo para a exploração do minério, menorizando consequências para a saúde e o ambiente, e mesmo tendo em conta que Nisa tem quase 60% do seu território integrado na Rede Natura 2000 e que parte do local onde se processará a exploração do urânio situa-se em REN e RAN.