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Antigos gestores fazem CTT perder 13.5 milhões de euros

Antigos gestores fazem CTT perder 13.5 milhões de euros.Ministério Público acusou 16 arguidos do inquérito sobre gestão dos CTT implicando três ex-administradores, entre os quais Horta e Costa, que poderão ser proibidos de exercer cargos públicos.

Do inquérito que investigou a gestão dos CTT entre os anos de 2002 e 2005, o Ministério Público (MP) acusou dezasseis arguidos, entre os quais estão três ex-administradores, Manuel Baptista, Gonçalo Ferreira da Rocha e Horta e Costa. Este é acusado da prática de sete crimes, um de administração danosa e seis de participação económica em negócio. Em causa estão crimes que geraram prejuízos de 13,5 milhões de euros, segundo a acusação. A Manuel Baptista imputou cinco crimes de participação económica em negócio e um de administração danosa, ao passo que Gonçalo Ferreira da Rocha está acusado por um crime de corrupção passiva para acto ilícito e outro de administração danosa. Para os três ex-gestores dos CTT, o MP propõe a pena acessória de proibição do exercício de funções como titular de cargo público, preconizando também a perda a favor do Estado de todas as quantias entregues a cinco arguidos para a prática de crimes de corrupção passiva.

À Lusa, Horta e Costa respondeu dizendo que as acusações não faziam sentido e que os factos terão de ser provados. Num tom provocatório lançou a pergunta "Porque não fazem o mesmo que estão a fazer aos CTT a todas as empresas públicas?", apontando para "a Águas de Portugal, que perdeu 100 milhões de euros no Brasil, ou a Refer". Quanto à inibição de assumir cargos de gestão pública, Horta e Costa, actual gestor da Semapa, disse ao Público que já não tinha qualquer intenção de o fazer.

A acusação relaciona-se com diversos actos de gestão praticados pelos ex-administradores. Entre eles, a alienação do edifício dos CTT de Coimbra, com perda de 5,1 milhões de euros, a contratação de duas consultoras (4 milhões de euros), a remodelação das lojas dos CTT (1,6 milhões) e o contrato com a Rentilusa (do grupo BPN - 2,7 milhões de euros).

Segundo o Público, uma conhecida figura do PS Coimbra, Luís Vilar, está também acusado de corrupção e branqueamento de capitais no mesmo processo do edifício dos Correios. No caso de Luís Vilar, foram apreendidos documentos que indiciam a intenção deste cobrar comissões no montante de 444 mil euros que, sugeria, deveriam ser depositados numa conta em Madrid, disponibilizando-se, no entanto, a proceder à respectiva transferência se a verba fosse depositada numa dependência de Coimbra.

Os magistrados arquivaram os crimes de prevaricação em que estavam indiciados autarcas de Coimbra, entre eles o presidente da câmara, Carlos Encarnação, e ilibaram de responsabilidades criminais membros do conselho de administração dos CTT.

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