O co-presidente do HDP, Selahattin Demirtaş, afirmou que este ataque não teve como alvo o estado turco nem a unidade nacional, ele foi perpetrado pelo estado contra o povo. Por essa razão, Demirtaş criticou os líderes mundiais que telefonam ao primeiro-ministro turco para transmitir condolências, defendendo que essas condolências devem ser transmitidas ao povo.
Em comunicado, o HDP - partido que entrou no parlamento turco nas eleições de junho e retirou assim a maioria ao AKP do presidente Erdogan, que decidiu marcar novas eleições para 1 de novembro - acusa a polícia de só ter chegado ao local da concentração quinze minutos depois das explosões e com o objetivo de atacar os manifestantes que socorriam os feridos.
Numerous dead and injured reported. Police attacked to people who tries to carry away injured from the meeting field pic.twitter.com/0eChKppcgk
— HDP English (@HDPenglish) 10 outubro 2015
A polícia turca usou gás lacrimogéneo e canhões de água sobre as vítimas do atentado, impedindo assim que muitos feridos pudessem ser levados do local para os hospitais mais próximos. O último balanço às 22h de sábado [hora de Lisboa] dá conta de 95 mortos e 246 feridos, 48 dos quais em estado grave.
A manifestação foi convocada por organizações sindicais com o apoio do HDP, que apoia os direitos do povo curdo, com o objetivo de pressionar o governo a parar com os bombardeamentos contra o PKK e retomar o caminho da paz com o regresso do cessar-fogo. O atentado ocorreu junto à principal estação ferroviária de Ancara, onde se concentravam os manifestantes vindos de fora da capital turca, quando se preparavam para seguir para a praça onde a concentração estava marcada.
(notícia atualizada com balanço do número de vítimas às 22h de sábado)