Trabalhadores dos transportes voltam hoje ao Ministério

11 de outubro 2011 - 1:12

Depois de terem ameaçado dormir no Ministério da Economia, os sindicalistas do sector dos transportes conseguiram ver marcada uma reunião com Álvaro Santos Pereira para esta manhã. Esperam que o ministro lhes explique o plano para o sector e que volte atrás nas "mentiras" que o acusam de ter dito sobre a existência de regalias especiais a que estes trabalhadores teriam direito.

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""O objectivo final é a privatização destas empresas", diz Vítor Pereira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações .

"O senhor ministro tem andado aí a dizer um conjunto de mentiras a respeito dos trabalhadores dos transportes, que estes teriam direitos que mais ninguém tem, e isso é mentira. Queremos dizer-lhe olhos nos olhos que isso não é assim", afirmou Vítor Pereira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), entrevistado pelo movimento Precários Inflexíveis.



A delegação de 24 sindicalistas que ocupou o Ministério recusou-se a reunir com o secretário de Estado das Obras Públicas e ameaçou passar a noite nas instalações caso o ministro não desse uma resposta. No grupo incluem-se representantes dos trabalhadores da Carris, CP, Metropolitano de Lisboa, REFER, Soflusa e Transtejo.



A principal preocupação destes trabalhadores é o anunciado Plano Estratégico de Transportes, que o ministro Álvaro Santos Pereira não conseguiu mostrar aos deputados e que o Conselho de Ministros poderá aprovar na quinta-feira. Para o representante da FECTRANS não restam grandes dúvidas. Vítor Pereira entendeque "esta estratégia para o sector público dos transportes tem como fim o despedimento de milhares de trabalhadores destas empresas, o rasgar de contratos colectivos de trabalho que foram assinados livremente entre sindicatos e empresas e pôr em causa o direito à mobilidade das populações".



"O objectivo final é a privatização destas empresas e está tudo a ser feito nas costas dos trabalhadores", afirmou o sindicalista, antevendo a existência de "mais mão de obra barata, mais vínculos precários e pondo em causa o direito ao transporte das populações. Esta política não interessa aos trabalhadores nem às empresas públicas", concluiu Vítor Pereira, horas antes de ser conhecida a resposta do ministro.