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Trabalhadores protestam contra destruição da EMEF

Meio milhar de trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário concentraram-se junto à sede da CP e não se conformam com o plano do Governo para desmantelar a empresa. “A CP está a entregar a Espanha aquilo que a EMEF sabe fazer e faz bem", diz a Comissão de Trabalhadores da EMEF.
Os trabalhadores da EMEF romperam o cordão policial para conseguirem chegar à entrada da sede da CP. Foto Manuel de Almeida/Lusa

"Iremos lutar com as armas que temos para que a EMEF não seja desmantelada”, disse aos jornalistas Bento Lopes, da CT da EMEF, após a entrega dum documento reivindicativo contra o plano de reestruturação da EMEF à administração da própria empresa, à administração da CP e, por fim, ao ministério da Economia. Os trabalhadores tiveram de romper o cordão policial e forçar a entrada na empresa, mas quer o sindicato, a CP e a própria PSP negaram que tenha havido confrontos, embora alguns trabalhadores tenham sido alvo de ataque com gás pimenta por parte da polícia.

Vítor Pereira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, afirmou à Lusa que os trabalhadores quiseram entrar na sede da CP, em Lisboa, "não para agredir ou destruir nada", mas para "demonstrar descontentamento" com o plano de reestruturação da EMEF que prevê despedir 380 trabalhadores até ao fim do próximo ano, do total de 1300 atualmente ao serviço da empresa.

"Ao contrário de outros planos, este documento não parte da análise das dificuldades que a EMEF enfrenta, apontando linhas de trabalho para as vencer. Ele deixa-se vencer pelas dificuldades", refere a CT da EMEF, que classifica o documento como um "plano de liquidação" e teme que o número de despedimentos possa disparar para os 800.

Uma das decisões da CP é a de fechar as oficinas da Figueira da Foz e de Guifões, e ainda transferir a operação do Barreiro para o Poceirão, já em 2012. Ainda em Agosto, o Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução no parlamento contra o fecho das oficinas da Figueira da Foz, lembrando que a bancada bloquista já tinha alertado para o continuado desinvestimento nos meios de produção destas oficinas, situação que serviu de pretexto para o seu encerramento. O projeto acabou por ser rejeitado pela maioria de direita e com a abstenção do PS, na votação que teve lugar no final de Outubro.

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