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Semedo apela à mobilização pela demissão do Governo

O coordenador bloquista falou em Portimão sobre a importância da greve geral, da manifestação deste sábado contra a troika e do encontro das esquerdas na Aula Magna como "passos importantes" na convergência pela demissão urgente do Governo PSD/CDS.
Foto Paulete Matos

Para além de reagir ao anúncio do Orçamento Retificativo do Governo, o coordenador do Bloco falou em Portimão sobre o aumento agora revelado do desemprego jovem para 42,5%, lembrando que quase metade dos jovens não têm emprego e, pior que isso, não têm esperança de o vir a ter se estas políticas continuarem. Para João Semedo, essa é uma das razões que justificam a realização de uma greve geral de todos os trabalhadores pela demissão do Governo, referindo-se ao anúncio da greve geral da CGTP e UGT no dia 27 de junho, que já está acordada para a administração pública e poderá alargar-se ao setor privado. 

Semedo apelou ainda à participação dos ativistas do Bloco de Esquerda nas manifestações cidadãs de 1 de junho, que se realizam em mais de 100 cidades europeias, e falou da sessão pública "Libertar Portugal da Austeridade", realizada esta quinta-feira na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

"À esquerda há passos importantes contra este Governo"

"Não me lembro nos últimos 40 anos, desde o 25 de Abril, de nenhuma outra situação em que a esquerda política em conjunto convergisse e se manifestasse, no caso concreto pelo fim da austeridade. Foi uma sessão que marca um passo em frente numa convergência essencial para demitir este Governo", declarou o coordenador bloquista, lembrando o contributo do Bloco na iniciativa, pela voz da deputada Cecília Honório, também presente nesta sessão em Portimão. "Um Governo de esquerda tem de se afirmar pela sua política contra a austeridade e o memorando da troika", resumiu Semedo.

"Este Orçamento Retificativo não retifica nada"

Para além do despedimento dos 30 mil funcionários públicos, aumento do tempo de trabalho e da contribuição para a ADSE e redução dos salários, João Semedo destacou outras duas medidas negativas no Orçamento Retificativo. "Contornando o acórdão do Tribunal Constitucional, o Governo mantém uma taxa sobre o subsídio que o Estado dá aos doentes e a parte dos desempregados. Isto é duma crueldade que julgámos que o Governo não teria", disse o coordenador bloquista. "Este Orçamento Retificativo prevê que só em juros da dívida paguemos mais de 8 mil milhões de euros, ou seja, mais de 5 por cento de toda a riqueza produzida no país. Ora isto é mais despesa em juros do que no Serviço Nacional de Saúde e quase o dobro do que gastamos em todo o sistema educativo", acrescentou.

João Semedo prevê que no final do ano o défice será muito superior ao previsto e ao que foi acordado com a troika e que nessa altura o Governo irá ter que recorrer a um segundo resgate "mais violento, mais duro, com mais sacrifícios, cortes e privações para os portugueses". Ou então, recorrer à segunda alternativa: "antecipar para 2013 medidas que tinha previsto fazer para 2014 e 2015: cortar nas pensões e reformas, encontrando uma forma suplementar de as taxar". Por isso, concluiu Semedo, "este Orçamento Retificativo não retifica nada. Pelo contrário, confirma e estende a política de austeridade e recessão" e reforça a necessidade da demissão urgente deste Governo

João Vasconcelos é candidato em Portimão

O encontro em Portimão foi de apresentação do candidato do Bloco à Câmara Municipal, João Vasconcelos, um dos ativistas que tem protagonizado a luta dos algarvios contra as portagens na A22 - Via do Infante, na comissão de utentes que tem alertado para o grave prejuízo para a região, quer em termos económicos quer no aumento da sinistralidade nas estradas alternativas. João Vasconcelos já foi candidato nas últimas autárquicas, em que o Bloco foi a terceira força política em Portimão.

A intervenção da deputada bloquista eleita pelo Algarve sublinhou o apreço e o reconhecimento por esta "candidatura de luta e de esperança" por uma luta social renovada no plano concelhio. "Onde há abusos e negociatas, como os há em Portimão, nós defendemos a transparência e a participação", afirmou Cecília Honório, destacando a necessidade de eleger um vereador que seja um ativista social e político, alguém "que está no terreno, conhece os problemas, está em contacto com as populações e faz tudo para que essas injustiças sejam corrigidas em nome da dignidade e da qualidficação da democracia".

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