Protesto global contra prisão de jornalistas no Egito

27 de fevereiro 2014 - 13:56

Três jornalistas da Al Jazeera estão presos há dois meses acusados de ajudarem uma organização terrorista, por terem entrevistados membros da Irmandade Muçulmana. O Egito é o terceiro país mais perigoso para os jornalistas, só perdendo para o Iraque e a Síria. Protestos ocorrem em dezenas de cidades de mais de 15 países. Esquerda.net junta-se à campanha #‎FreeAJStaff‬

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Os três jornalistas presos

Realizam-se esta quinta-feira, em dezenas de cidades em todo o mundo, protestos contra a prisão de jornalistas da rede Al Jazeera no Egito sob a acusação de colaborarem com organização terrorista e atentarem contra o interesse nacional do país.

O correspondente Peter Greste e os produtores Mohamed Fahmy e Baher Mohamed estão presos desde 29 de dezembro. Compareceram ao tribunal no dia 21 de fevereiro, mas o julgamento foi adiado para 9 de março.

Os três fazem parte de um grupo de 20 jornalistas acusados pelos mesmos motivos, que serão julgados in absentia.

Outro jornalista da rede de notícias com sede no Qatar, Abdullah al-Shami, está preso desde agosto de 2013 e já fez mais de um mês de greve de fome em protesto contra a sua prisão.

Um dos dez piores países para os jornalistas

Segundo o Comité de Proteção dos Jornalistas, o Egito é um dos dez piores países do mundo para a atividade dos jornalistas e é também considerado o terceiro mais perigoso para o trabalho destes, só ficando atrás do Iraque e da Síria. Cinco jornalistas morreram no país no ano passado, 45 foram agredidos e as forças de segurança invadiram pelo menos 11 sedes de publicações ou serviços informativos.

“O que está a ocorrer no Egito é o julgamento do próprio jornalismo”, denunciou o porta-voz da Al Jazeera.

“Os jornalistas não deviam correr o risco de passar anos na prisão por fazerem o seu trabalho”, disse Joe Stork, vice-diretor para o Médio Oriente da Human Rights Watch. “O processo contra jornalistas apenas por falarem com membros da Irmandade Muçulmana mostra a rapidez com que o espaço para a dissidência se está a evaporar no Egito”, sublinhou.

Jornalismo não é crime”

O dia global de ação “Jornalismo não é crime” tem esta quinta-feira protestos previstos em países como Austrália, Brasil, Canadá, Alemanha, Jordânia, Japão, Quénia, Líbano Malásia, Mauritânia, Palestina, Sudão, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

Mais informações podem ser obtidas na página do evento no Facebook.