A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou ontem um aumento de 6,9%, a partir de julho, nas tarifas do gás natural.No último ano, contando com o aumento do IVA para a energia, o preço da fatura disparou 23%.
Desde que foi aprovado o fim progressivo do mercado regulado de energia, e o regulador começou a preparar a transição para o mercado liberalizado, que os preços não param de disparar. Nos últimos três anos, antes de IVA, as tarifas aumentaram 18%. Quando contabilizado o aumento do IVA, este valor dispara para os 35%.
O aumento ontem proposto pela ERSE representa um acréscimo de 1,58 euros numa fatura mensal de 23,99 euros. Em menos de três anos, a fatura média mensal antes de impostos aumentou 4 euros, mas, com o aumento do IVA, cada família está hoje a pagar mais oito euros.
Os novos preços propostos pela ERSE afetam 1,1 milhões de consumidores e vigorarão apenas até ao final deste ano. Em Janeiro, o regulador fixarás as transitórias para 2013, que serão atualizadas de três em três meses, para “empurrar” os clientes de gás para o mercado liberalizado. Até ao final de 2015, os consumidores terão que abandonar os mercados regulados de gás e electricidade.
Reagindo ao abrupto aumento de preços proposto pelo regulador, o Governo diz estar empenhado no aumento da concorrência promovido pelo mercado ibérico de energia.
No entanto, se no mercado regulado de gás existem 11 distribuidores (a maioria dos quais ligados à Galp), a concorrência, no mercado livre, de que fala o governo é coisa que não há. Neste momento apenas existe um distribuidor a funcionar. Quem não quiser a Galp, tem sempre a Galp.