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A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) feita pelo Instituto Nacional de Estatística aponta para uma diminuição de 0,7% em volume no primeiro trimestre de 2011 face ao período homólogo anterior, confirmando assim que Portugal já entrou em recessão. Comparativamente com o trimestre precedente, o PIB terá diminuído igualmente 0,7%.
Para o INE, a redução do PIB “traduziu um acentuado contributo negativo da Procura Interna, em resultado da diminuição das Despesas de Consumo Final (das Famílias e das Administrações Públicas) e, em menor grau, do Investimento”.
Portugal foi o único país da zona euro e da União Europeia em recessão neste período. Segundo o Eurostat, as economias da região cresceram 0,8% em média no primeiro trimestre deste ano, face ao trimestre anterior. A Grécia cresceu 0,8%, a Espanha 0,3% e a Itália 0,1%. A Alemanha cresceu, no mesmo período, 1,5%.
Pior da recessão ainda está para vir
Em reacção aos números apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, Jorge Costa, dirigente do Bloco de Esquerda, afirmou que o pior da recessão ainda está para vir devido à aplicação das medidas acordadas com a 'troika'.
O também deputado por Setúbal usou a plataforma Decisão2011, disponibilizada pelo Bloco de Esquerda, para mostrar que a implementação das medidas acordadas pelo governo e o PS, PSD e CDS com o FMI, o BCE e a CE, vão resultar num acréscimo de 150 mil desempregados em 2012 e no aumento da recessão nesse ano para 3%.
Ainda utilizando a plataforma Decisão2011, o deputado apresentou também o impacto global das medidas de emergência apresentadas pelo Bloco de Esquerda e que resultam num acréscimo de 1,5% do PIB e na diminuição, em 180 mil, do número de desempregados.
Dívida pública portuguesa deverá atingir os 101,7% do PIB
De acordo com o boletim de primavera da Comissão Europeia, a dívida pública portuguesa deverá atingir os 101,7% do PIB já no final deste ano, crescendo para 107,4% no final de 2012 e estabilizando em 2013.
Entre outros factores, o rácio de dívida pública face ao PIB será penalizado por um défice orçamental esperado de 5,9 e 4,5%, em 2011 e 2012, respectivamente, e pela recessão esperada de 2,2% este ano e 1,8% no próximo.
A Comissão Europeia afirma que a subida do rácio de dívida nos próximos anos “deverá levar a um rápido aumento na despesa com juros”, antecipando que os encargos com juros serão “a rubrica de despesa que mais rapidamente irá crescer nestes anos” e que estes custos serão “um grande obstáculo a um ritmo mais célere de redução do défice”.