Ao comentar a iniciativa do governo PSD-CDS de antecipar o pagamento de 14 mil milhões de euros ao FMI, Pedro Filipe Soares afirmou que essa medida comprova que os juros do FMI eram usurários, como dizia o Bloco de Esquerda.
Os empréstimos do FMI, que têm uma maturidade média de sete anos, foram contraídos a um juro de 3,5%, uma taxa muito superior aos 2,561% que os investidores exigem atualmente para deter dívida portuguesa a dez anos. Daí a "substituição de um empréstimo por outro empréstimo com juros mais baixos".
“Com amigos destes, venha o diabo e escolha”
“Ora a pergunta é: como é possível termos uma 'ajuda' do FMI que nos sai mais cara do que o acesso direto aos mercados?”, questionou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda. “Se é assim, então compreendemos que o FMI não estava a dar grande ajuda ao país, porque nos emprestou a taxas de juro elevadas e com um Memorando a exigir ao país uma brutal de austeridade”, observou o deputado. “Com amigos destes, venha o diabo e escolha”, ironizou.
Pagamento “é uma gota de água no oceano da dívida"
Por outro lado, prosseguiu Pedro Filipe Soares, este pagamento “é uma gota de água no oceano da dívida, e por isso não pode nunca servir para esconder o que é a emergência nacional, que é a renegociação da dívida”. Só assim, de facto é que enfrentamos este abuso que existe no país sobre o pagamento dos juros da dívida.