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Nobel da Economia defende que política monetária do BCE serve apenas a Alemanha

O Nobel da Economia, Paul Krugman, defende que a economia monetária do BCE serve apenas a Alemanha, em detrimento dos países da periferia. Ao atender ao desejo alemão de inflação baixa, o BCE está a tornar a prejudicar a resolução dos problemas das economias periféricas.
Para o Nobel da Economia, "o BCE está a sinalizar que a inflação na Alemanha não será tolerada, colocando a totalidade do fardo na deflação na periferia", sendo que as consequências desta política, alerta Krugman, são uma "prolongada e dolorosa queda na periferia” e, quase seguramente, implicará que os países não conseguirão assegurar o pagamento da dívida, o que aumenta as probabilidades de uma quebra do euro. Foto de Center for American Progress.

No seu blogue, Paul Krugman, Nobel da Economia, tem sucessivamente acusado o Banco Central Europeu (BCE) de “exigir a remoção dos desequilíbrios de competitividade via deflação no sul, e nada através de inflação na Alemanha", prejudicando a resolução dos problemas das economias periféricas.

Segundo este economista, a política monetária está a servir única e exclusivamente a Alemanha, atendendo ao desejo alemão de inflação baixa.

Krugman explica que "a introdução do euro levou a um período de baixas taxas de juro no sul da Europa, provocando um boom inflacionário”. Quando este boom acabou, esclarece o Nobel da Economia, “estes países tornaram-se não competitivos em relação ao norte da Europa".

Tomando como exemplo a Alemanha e a Espanha, Paul Krugman defende que a correcção do desequilíbrio deve ser feita, "numa perspectiva pan-europeia”, simultaneamente via inflação na Alemanha e deflação na Espanha”, no entanto, “dado que a deflação é sempre mais dolorosa, a maior parte do ajustamento deve, de facto, tomar a forma de aumento de salários na Alemanha em vez de quedas nos salários em Espanha".

As posições de Krugman sobre esta matéria conflituam com as medidas promovidas por Jean-Claude Trichet. Para o Nobel da Economia, "o BCE está a sinalizar que a inflação na Alemanha não será tolerada, colocando a totalidade do fardo na deflação na periferia", sendo que as consequências desta política, alerta Krugman, são uma "prolongada e dolorosa queda na periferia” e, quase seguramente, implicará que os países não conseguirão assegurar o pagamento da dívida, o que aumenta as probabilidades de uma quebra do euro.

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