No seu editorial da edição de 29 de Julho, o The New York Times critica violentamente a falta de liderança europeia, constatando que “com mais de um ano de crise da dívida, os principais líderes europeus continuam a ser incapazes de tomar as decisões duras que são necessárias.”
Mas, para o mais importante jornal dos EUA, as “decisões duras” são bastante diferentes das habitualmente preconizadas pelos governantes europeus e eurocratas.
“A saída construtiva seria reestruturar a dívida excessiva, recapitalizar os bancos afectados e relaxar a austeridade o suficiente para permitir que os países devedores – Grécia, Irlanda e Portugal são os que estão em risco maior – voltem a crescer para terem solvência.” O editorial reconhece que nenhum país teria capacidade de financiar esta solução. “Mas o conjunto da Europa pode”, afirma.
O diagnóstico do editorial é que “não há líderes europeus, apenas uma chanceler alemã, um presidente francês, um primeiro-ministro italiano e outros que professam uma visão continental mas nunca olham muito para além dos seus interesses políticos locais.”
O jornal explica que o problema da Europa é também dos americanos, porque “uma fractura do euro poderá arrastar para baixo a economia global”.
O editorial, que aborda também temas como a Nato e a política de fronteiras, conclui assim: “Os líderes europeus precisam encontrar alguma visão mais ampla rapidamente, ou os europeus – e os seus aliados americanos – poderão pagar um alto preço.”