'New York Times' critica austeridade na Europa

01 de julho 2011 - 16:06

Em editorial, o mais influente jornal dos EUA propõe que as dívidas sejam reestruturadas e que a austeridade seja relaxada para permitir que países como Grécia, Irlanda e Portugal voltem a crescer.

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“Os líderes europeus precisam encontrar alguma visão mais ampla rapidamente", diz o New York Times. Foto de London Summit

No seu editorial da edição de 29 de Julho, o The New York Times critica violentamente a falta de liderança europeia, constatando que “com mais de um ano de crise da dívida, os principais líderes europeus continuam a ser incapazes de tomar as decisões duras que são necessárias.”

Mas, para o mais importante jornal dos EUA, as “decisões duras” são bastante diferentes das habitualmente preconizadas pelos governantes europeus e eurocratas.

“A saída construtiva seria reestruturar a dívida excessiva, recapitalizar os bancos afectados e relaxar a austeridade o suficiente para permitir que os países devedores – Grécia, Irlanda e Portugal são os que estão em risco maior – voltem a crescer para terem solvência.” O editorial reconhece que nenhum país teria capacidade de financiar esta solução. “Mas o conjunto da Europa pode”, afirma.

O diagnóstico do editorial é que “não há líderes europeus, apenas uma chanceler alemã, um presidente francês, um primeiro-ministro italiano e outros que professam uma visão continental mas nunca olham muito para além dos seus interesses políticos locais.”

O jornal explica que o problema da Europa é também dos americanos, porque “uma fractura do euro poderá arrastar para baixo a economia global”.

O editorial, que aborda também temas como a Nato e a política de fronteiras, conclui assim: “Os líderes europeus precisam encontrar alguma visão mais ampla rapidamente, ou os europeus – e os seus aliados americanos – poderão pagar um alto preço.”

Clique para ler todo o editorial