Moçambique vive calma tensa

04 de setembro 2010 - 14:13

Confrontos entre manifestantes e polícia em Chimoio fizeram oito feridos e 60 pesssoas foram presas. Guerra de SMS é nova frente de batalha.

PARTILHAR
Maputo. Foto de moron noodle, FlickR

“Uma calma aparente, marcada por enormes bichas nos pontos de venda de bens diversos ao nível das cidades de Maputo e Matola, caracterizou toda a manhã desta sexta-feira, que continua

a ser marcada por uma ameaça, latente, de mais uma onda de violência e protestos populares” – assim descreve a situação na capital moçambicana o jornal mediFAX.

De facto, a tensão viria a ter uma curta explosão, mas noutra cidade, Chimoio, centro de Moçambique, com confrontos entre manifestantes e polícia, de que resultaram oito feridos e cerca de 60 detenções. Manifestantes tomaram as ruas do centro e dos arredores, bloqueando estradas e impedindo a abertura de estabelecimentos comerciais, escolas, bombas de combustível.

De um lado, os manifestantes lançaram pedras e paus contra viaturas, estabelecimentos comerciais e a polícia, e do outro a polícia respondeu com tiros para dispersar os manifestantes. A polícia usou balas verdadeiras, disse à agência Lusa fonte do hospital.

Entretanto, Carlos Serra, do blogue “Diário de um Sociólogo”, dá conta do surgimento de “uma onda contrária [de SMS], apelando à paz e ao trabalho, com um teor muito sloganístico.” Para o sociólogo, “isso pode revelar que teve início no país um novo tipo de luta política, a luta de barricadasSMS”.

Entretanto, o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, fez duras críticas ao governo, afirmando que “a crise evidencia os limites e as fraquezas que o Governo

de Moçambique tem em construir um Moçambique para Todos”, informa o jornal Canalmoz.

O líder do MDM pediu aos manifestantes para não vandalizarem os bens públicos,

privados e dos cidadãos e, ao mesmo tempo, que a Polícia prescinda de utilizar

balas reais para a manutenção da ordem pública.

“O combate à pobreza implica necessariamente um amplo e sustentável processo de distribuição da riqueza”, disse Daviz Simango.