O relatório “Estatísticas 2010”, da autoria da Associação de Apoio à Vítima (APAV), revela que os processos de factos criminosos detectados por esta associação registaram um acréscimo de 25% em 2010, face ao ano anterior. Dos 19 032 factos criminosos apurados, 80% correspondem a crimes de violência doméstica que ocorrem, na sua maioria (55%), na residência comum.
Os principais crimes de violência doméstica foram os maus tratos físicos (4389), e os maus tratos psicológicos (5293). Segundo os dados revelados pela APAV, 63% das vítimas são sujeitas aos maus tratos de forma continuada, sendo que os casos de vitimação com duração superior a dois anos atingem 72,4%, em 40,4% as vítimas são sujeitas a maus tratos durante mais de sete anos e em cerca de 30% a agressão dura há mais de 13 anos.
Entre os casos de violência doméstica detectados, os crimes de natureza sexual aumentaram 194% e os homicídios 23%.
O relatório da APAV faz a descrição daquele que é o perfil tipo de uma vítima: de sexo feminino (87%), com idade entre os 36 e os 55 anos (55%), casada (46%), de nacionalidade portuguesa (68%), com o ensino superior (25,5%) e com contrato de trabalho por conta de outrem (42,4%).
O agressor, por sua vez, é do sexo masculino (81%), tem entre os 36 e os 55 anos (51%), é casado (55,8%), tem o ensino superior (31,7%) e trabalha por conta de outrem (49,9%).
