Madeira: “Estas eleições são para exigir responsabilidades pelos 500 milhões de dívida”

05 de setembro 2011 - 1:03

Na apresentação dos candidatos do Bloco às eleições regionais de Outubro, no Funchal, Francisco Louçã defendeu uma auditoria à dívida externa da Madeira e criticou o silêncio “envergonhado” de Pedro Passos Coelho sobre o assunto.

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Para Louçã, nas próximas eleições regionais “vota-se o respeito pela Madeira, pelo orçamento, pelos contribuintes”.

“Estas eleições são sobre os 500 milhões, são para exigir responsabilidades pelos 500 milhões e para garantir que a economia da Madeira é recuperada para os madeirenses, que os contribuintes são protegidos do desvario e da fraude financeira e para se assegurar o futuro da autonomia em nome da democracia”, disse Francisco Louçã este domingo, no Funchal, na apresentação da lista de candidatos do Bloco às eleições legislativas regionais.

O coordenador da Comissão Política do Bloco considerou que “o silêncio de Passos Coelho, envergonhado, é preocupante”, mencionando que o líder social-democrata e primeiro-ministro defendeu este domingo, “numa cerimónia partidária”, que o país “só recupera se gastar menos”.

“Desconfiamos que no dia em que Pedro Passos Coelho vier fazer um comício ao lado de Alberto João Jardim, por cada minuto do discurso, nós todos vamos pagar 30 milhões de euros, até chegar aos 500 milhões do cheque que ele vai passar a Jardim sem que se saiba em que gastou, para que gastou e a quem pagou”, argumentou Francisco Louçã.

Para o dirigente bloquista, “os cortes que são precisos são os contra as facilidades, contra o desperdício da regra do Ali Baba e os 40 comparsas” na Madeira.

A auditoria é imprescindível “para recuperar a democracia”

Francisco Louçã realçou que é preciso que se faça uma auditoria às contas da região “para proteger a Madeira e todos os contribuintes no país inteiro que têm sido obrigados a pagar este descalabro das contas e este facilitismo das contas de Alberto João Jardim, que é o primeiro e único responsável pelo buraco financeiro da Madeira”, recordando que o combate por esta fiscalização começou há muito tempo, pelos anteriores deputados do Bloco, Paulo Martins e Guida Vieira.

“O que não sabemos e temos direito a saber é quem é que ficou com o dinheiro, em que bolsos está, o que pagou a mais”, disse, acrescentando que a auditoria é imprescindível “para recuperar a democracia, a capacidade de usar os orçamentos ao serviço de todos e não de amigos do Governo Regional”. Para Louçã, nas próximas eleições regionais “vota-se o respeito pela Madeira, pelo orçamento, pelos contribuintes”.

Referiu-se ainda à polémica sobre a carta enviada por Alberto João Jardim ao primeiro-ministro pedindo uma intervenção externa e programa de ajustamento, declarando que “estas eleições não precisam de cartas para cá e para lá, de fórmulas de boa educação, delicadeza epistolar; precisam de certezas sobre o que vai ser a vida na Madeira”.

Francisco Louçã deixou ainda uma “palavra de aviso” a Paulo Portas sobre a posição que o partido vai adoptar na questão da auditoria às contas da Madeira, lembrando que o líder do CDS “tem vindo a dizer que o que quer é a continuação do jardinismo com menos Jardim, o que é uma regra perigosa, cujo preço começamos a conhecer”.

 


Mais informações sobre a candidatura do Bloco às Eleições Regionais da Madeira aqui.