O estudo analisa o PIB per capita e a evolução do emprego entre o ano passado e o atual nas 300 maiores economias metropolitanas, que representam 48% do PIB mundial e 19% da população no planeta. 90% das que menos crescem em ambos os indicadores estão na Europa Ocidental e na América do Norte, enquanto as que mais crescem estão na Ásia, América Latina, Médio Oriente e África. Tirando a região da Ásia-Pacífico, em todas as outras houve uma quebra no crescimento dos dois indicadores.
Entre as 50 cidades que mais cresceram em emprego e PIB per capita, a esmagadora maioria encontra-se na China. Macau ocupa o primeiro lugar, seguida da australiana Perth e da saudita Riade. No fundo da lista encontra-se Atenas, seguida de Saragoça, Barcelona, Valência, Lisboa, Madrid e Porto. Mas se o indicador for apenas o do crescimento do PIB, Lisboa e Porto aproximam-se mais do fundo, com a capital portuguesa a ficar na penúltima posição, logo atrás de Atenas. Segue-se a italiana Verona e o Porto.
Economias metropolitanas cada vez mais interdependentes
"Enquanto a recuperação económica global abrandou em 2012, as maiores economias metropolitanas no mundo continuaram a ter experiências de crescimento muito diferentes", assinala o estudo Global MetroMonitor do Brookings Institute, um dos mais influentes "think-tanks" norte-americanos, que em 2010 deu início a estes estudos em colaboração com a London School of Economics.
"Mas estas diferenças não ensombram a mudança de longo prazo no crescimento económico das áreas metropolitanas desenvolvidas para as que estão em desenvolvimento", acrescenta o estudo. O Global MetroMonitor sublinha ainda a interdependência entre estas áreas, "com os choques macroeconómicos a viajarem depressa através dos canais financeiros e comerciais".
As áreas metropolitanas que estão no topo da lista (as 20% melhores colocadas) apresentam um crescimento de 2,7% no emprego e de 5% no PIB per capita, e são na maioria "arrastadas" pela atividade industrial. Fora deste lote estão as cidades europeias, que preenchem três quartos das que apresentaram pior desempenho.
"As 300 áreas metropolitanas juntas correspondem a 51% do crescimento global da economia em 2012, um pouco acima dos 48% que nos últimos 20 anos vinham registando de forma estável", diz ainda o estudo MetroMonitor. A grande mudança é a contribuição das áreas metropolitanas dos países em desenvolvimento para o crescimento económico mundial, que aumentou para 23,6%, aproximando-se dos 27,3% que registam as dos países desenvolvidos. "O rápido crescimento das economias metropolitanas chinesas contribuiu significativamente para esta tendência", explica o estudo.
Lisboa e Porto no top mundial da depressão económica
05 de dezembro 2012 - 0:37
Um estudo do "think-tank" norte-americano Brookings Institute avalia a evolução do PIB e do emprego em 300 economias metropolitanas do mundo inteiro. No fundo da tabela do crescimento económico entre 2011 e 2012 estão Atenas, Lisboa, Verona e Porto.
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Foto Paulete Matos