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Grécia propõe acordo de dois anos com restruturação da dívida

No último dia de vigência do atual acordo com os credores, o governo grego anunciou a sua proposta ao Mecanismo Europeu de Estabilidade para resolver a crise de financiamento e o problema da dívida do país. Os ministros das Finanças do Eurogrupo vão reunir ao fim da tarde para discutir a proposta.
Varoufakis e Tsakalotos continuam a negociar com Bruxelas a renegociação da dívida que os credores recusavam. Foto União Europeia ©

“A Grécia continua à mesa das negociações”, anunciou o governo de Atenas a poucas horas do fim do programa que os credores recusaram prolongar até depois do referendo.

“O governo grego propôs hoje um acordo de dois anos com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para cobrir por inteiro as suas necessidades financeiras e ao mesmo tempo fazer a restruturação da dívida”, diz ainda a nota divulgada por Atenas. Leia aqui a carta enviada por Alexis Tsipras ao diretor do MEE e ao presidente do Eurogrupo.

Na entrevista televisiva de segunda-feira à noite, Alexis Tsipras explicou que o voto ‘Não’ no referendo irá dar mais força negocial ao governo nas próximas semanas em Bruxelas.

Quanto aos credores, que sempre recusaram liminarmente a discussão da restruturação da dívida, adiando-a para a um terceiro programa de austeridade a discutir no futuro, têm vindo a mudar de posição nos últimos dias, admitindo a possibilidade de antecipar a discussão, mas apenas em caso de vitória do ‘Sim’ à sua proposta de mais austeridade para os próximos meses.

Este aparente recuo de Bruxelas e Berlim acontece após a tomada de posição da administração Obama, que defendeu a inclusão da restruturação da dívida grega no acordo que está a ser negociado. A referência apenas ao Mecanismo Europeu de Estabilidade como destinatário da proposta grega faz antever que o FMI - que também defendia a restruturação, a par de cortes nos salários e pensões e liberalização das leis laborais – poderá ficar de fora de um próximo acordo.

"Nós vemos o referendo como fazendo parte do processo negocial e não como uma alternativa a ele. Por isso esperamos maior flexibilidade por parte das instituições nos próximos dias", afirmou esta terça-feira o chefe da equipa negocial grega no 'Grupo de Bruxelas', o ministro Euclid Tsakalotos.

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