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Governo apresenta "programa de assalto social", diz Semedo

"Tudo o que dá lucro vai ser privatizado", concluiu o deputado bloquista João Semedo após conhecer o programa de governo do PSD e CDS entregue esta terça-feira na AR.
"A privatização é também a regra no Serviço Nacional de Saúde", alerta João Semedo. Foto Paulete Matos

O programa de governo anuncia a vontade de Coelho e Portas avançarem para a privatização de um canal da RTP, a totalidade da EDP e a REN, indústrias do sector da defesa, empresas participadas de transporte ferroviário e rodoviário, a TAP e os aeroportos do Continente, bem como os Correios, a CP e as linhas da Carris, STCP e Metro de Lisboa. Só TAP, CTT e ANA tiveram lucros de 174 milhões de euros no ano passado. O governo promete anunciar nos próximos três meses a lista de empresas, fundações e institutos públicos a privatizar ou extinguir.

João Semedo diz que a privatização "é também a regra no Serviço Nacional de Saúde: os portugueses vão ter menos cuidados de saúde e vão pagar mais por eles". No programa de governo está a intenção de aumentar as taxas moderadoras e cortar nas actuais isenções, acelerar a concessão aos privados da gestão hospitalar da rede pública e promover a concentração e extinção de instituições e serviços.  

"PSD e CDS mostraram aquilo a que vêm: conseguiram transformar um mau acordo com a troika num péssimo programa de governo", afirmou João Semedo na primeira reacção ao documento, sublinhando o "violento arrombo" de que são alvo as políticas sociais – "substituídas por uma caridade à moda de antigamente" – no programa da maioria PSD/CDS que a Assembleia da República discute esta semana e que vai além das medidas previstas no memorando com o FMI, o Banco Central Europeu e a UE.

"Os sacrifícios são só para alguns", referiu ainda o deputado bloquista, referindo-se à "facilitação dos despedimentos" como um dos objectivos das mudanças legislativas que a maioria parlamentar de direita tentará aprovar. "Este é um programa de assalto social à maior parte dos portugueses, que trará muitas dificuldades às famílias", resumiu João Semedo.

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