Filme Pride: “Lutamos pelo pão, mas também lutamos pelas rosas”

16 de maio 2015 - 21:28

É de realçar que o filme “PRIDE” resgata um capital de esperança, com futuro, pois ali, naquela realidade mineira, onde um setor industrial encalhava e havia enfrentamentos com um poder cada vez mais forte, as liberdades individuais e os comportamentos solidários ganhavam a partida. Por Francisco Colaço

porFrancisco Colaço

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“PRIDE” – o orgulho da solidariedade

Estamos nos anos 80, anos de Reagan e da primeira ofensiva do neoliberalismo e da desregulamentação social e económica, da globalização dos mercados, os primeiro despedimentos massivos e generalizados.

No Reino Unido desenrola-se uma das lutas mais importantes desses anos, a luta dos mineiros, contra o enceramento das minas e os despedimentos, pois estamos no governo da amiga do Pinochet, Margaret Tatcher.

Greve que dura quase quatro meses e que leva a fome e a precariedade a muitas famílias mineiras. Grandes campanhas de solidariedade se organizam por todo o lado. Um dos coletivos que entendem dever organizar uma grande campanha de solidariedade com os mineiros em luta e suas famílias é o LGSM – Lesbians and Gays Support Miners. A sua intenção foi lutar pelos direitos daqueles trabalhadores, muitos dos quais nem entendiam, nem aprovavam os comportamentos dos membros daquela associação que lhes estendia a mão.

Este filme de Matthew Warchus faz um autêntico retrato coral sobre o que vai conseguindo de alguns personagens, no contorno do peso da historia, muitos dos quais tiveram correspondência com a realidade, como se vê no final.

Aconselhando vivamente a ver o filme, que não sei se já está em Portugal ou sequer se chegará, já que creio que a “asfixia cultural” que sofremos, também se estende aos filmes em exibição, tal é a tenaz “neo-con” laranja/azul, é de realçar que “PRIDE” resgata um capital de esperança, com futuro, pois ali, naquela realidade mineira, onde um setor industrial encalhava e havia enfrentamentos com um poder cada vez mais forte, as liberdades individuais e os comportamentos solidários ganhavam a partida. Um bom elixir, nestes tempos de governos delinquentes... e destruição social e económica generalizada...

O complemento musical serve de fio condutor e tem o resultado de levantar os ânimos, já que se trata de um hino sindical como “Solidarity Forever” ou o “Bread and Roses”, baseado no poema de James Oppenheim, um autêntico hino de luta social sempre emocionante e mobilizador: “lutamos pelo pão, mas também lutamos pelas rosas”.

Não percam, seja onde for... neste momento está em exibição em Madrid.

Por Francisco Colaço para esquerda.net

Francisco Colaço
Sobre o/a autor(a)

Francisco Colaço

Membro do Grupo de Trabalho para a América Latina do Partido da Esquerda Europeia. Dirigente do Bloco de Esquerda. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990