Facebook do Banco Alimentar inundado de protestos

09 de novembro 2012 - 15:55

Centenas de cibernautas criticam asperamente e pedem a demissão de Isabel Jonet da presidência daquela Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), depois das suas afirmações de que os portugueses vão “ter de reaprender a viver mais pobres", e que “em Portugal não temos miséria”.

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Isabel Jonet: “em Portugal não temos miséria”.

As declarações de Isabel Jonet à SIC Notícias estão a causar uma onda de indignação expressa em comentários indignados na blogosfera e nas redes sociais. A presidente do Banco Alimentar afirmou que "vamos ter que empobrecer muito, mas sobretudo vamos ter de reaprender a viver mais pobres", que as pessoas não têm dinheiro, então não podem comer bifes todos os dias; que "vivíamos muito acima daquilo que eram as nossas possibilidades", acrescentando que "há uma necessidade permanente de consumo e de bens para uma satisfação das pessoas e que conduz à felicidade que não é real"; e ainda que “em Portugal não temos miséria” (veja abaixo).

Jonet preside ao Banco Alimentar Contra a Fome, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), e preside igualmente à Federação Europeia dos Bancos Alimentares Contra a Fome, que reúne 247 instituições na Europa.

Os protestos atingiram a própria página do Banco Alimentar no Facebook. Só uma nota tem mais de 600 comentários, a maioria de indignação. “Não deviam pedir donativos, já que a vossa presidente acha que não há miséria em Portugal! Eu que sempre ajudei, vou ajudar outras instituições que valorizem mais. Para declarações assim, chegam as do governo!”, indigna-se uma cidadã. “A senhora Isabel Jonet falou acima das suas possibilidades intelectuais. Como se as pessoas agora fustigadas pelo desemprego e pelos impostos excessivos para pagar a sistemática má gestão pública e negócios fraudulentos (BPN, PPPs, etc) tivessem estado a viver acima das suas possibilidades...”, afirma outro.

Há também muitos pedidos de demissão: “Espero que o Banco Alimentar não se reveja nas declarações da sua presidente. Ficava bem a senhora pedir a sua demissão...” (a maioria não tão bem educados quanto este).

Circula muito, igualmente, uma crónica de António Lobo Antunes, “Os Pobrezinhos”, escrita há mais de 20 anos, mas que parece assentar como um luva à atitude de Jonet.

Procurada pelos jornalistas para comentar as críticas, Jonet tem mantido o silêncio.