A coordenadora do Bloco e Paulo Raimundo frisaram que o excedente orçamental anunciado esta segunda-feira resulta da “degradação das condições sociais” e da “falta de resposta aos serviços públicos, bem como das guerras” com várias classes profissionais.
Mariana Mortágua foi perentória ao afirmar que a maioria absoluta socialista se traduziu na “degradação das condições sociais” e nas “guerras que foram compradas com profissionais essenciais”, como é o caso das forças de segurança, dos profissionais de saúde e dos professores.
“O PS enquanto apresentava excedentes cada vez maiores, ia negando a resposta a estes setores tão importantes”, avançou a líder bloquista.
Paulo Raimundo insistiu na ideia de que o excedente histórico “advém da falta de resposta aos serviços públicos, aos médicos, aos professores, às forças de segurança, à falta de investimento público”. “Houve uma clara opção do PS de não responder aos problemas” do país, apontou.
Ambos os dirigentes convergiram na ideia de que a governação da maioria absoluta do PS “foi incapaz de responder a reivindicações muito justas”, e se traduziu “numa crise social”.
Mariana Mortágua enfatizou que "o mais importante" deste encontro é o facto de "os dois partidos se sentarem à mesa e manterem acordo para haver pontes de diálogo".
"Sabendo que há uma extrema-direita com muito poder na AR é preciso uma Esquerda forte, capaz de falar entre si", defendeu, adiantando que os dois partidos convergiram em temas como a "habitação, a Palestina e os direitos dos trabalhadores".
De acordo com Mariana Mortágua, Bloco e PCP convergiram ainda na “necessidade de manter pontos de diálogo na oposição à direita”, na “rejeição do programa eleitoral do PSD” e “na necessidade de fazer uma oposição forte à governação da direita”.
As duas forças políticas também estão de acordo no que respeita a travar um eventual processo de revisão constitucional. “Não faz qualquer sentido que se mantenha este processo neste cenário com maioria de deputados à direita”, disse Mariana Mortágua.
Paulo Raimundo considera que o que se espera de um Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) “são opções erradas” que não permitem “dar resposta aos problemas das pessoas”.