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Europeus “deviam ter dado mais atenção ao sofrimento do povo grego”

Editorial do New York Times diz que líderes da Europa deviam ter pensado “nas consequências de condenar a Grécia a anos de crescimento negativo e desemprego crescente” e afirma que “Atenas precisa de espaço para crescer”.
Sarkozy, Merkel e Obama: em vez de culparem os gregos, “têm de assumir a sua quota-parte de responsabilidade pela crise . Foto de francediplomatie

O diário The New York Times, em editorial, afirma na sua edição de quinta-feira que os líderes europeus “deviam ter prestado mais atenção ao sofrimento do povo grego comum” e menos aos banqueiros europeus. Em vez de tentar punir os “gastos extravagantes” da Grécia, deviam ter pensado “nas consequências de condenar a Grécia a anos de crescimento negativo, desemprego crescente e subida de impostos com nenhuma promessa de contrapartida, excepto, talvez, daqui a uma década, que a sua dívida em percentagem do PNB volte aos problemáticos níveis de 2008/9”.

O editorial alerta para a impossibilidade de se “continuar a despedir milhares de funcionários públicos num momento em que a austeridade sufoca qualquer possibilidade realista de encontrar emprego no sector privado”, ou de se continuar a cortar os benefícios sociais e os serviços, ao mesmo tempo que cresce o número de pobres e de desempregados.

O jornal diz que já é tarde, mas espera que não seja demasiado tarde para evitar a falência total do país. E propõe que os líderes europeus renegoceiem o acordo de resgate que ainda está pendente para enfatizar a reforma e o crescimento, sobre a interminável austeridade, e oferecer aos outros candidatos a resgate a mesma abordagem. “Atenas precisa de espaço para crescer e ganhar dinheiro”, afirma o editorial.

Os líderes europeus, prossegue o Times, precisam também de preencher os buracos que deixaram no plano de salvação da zona euro – incluindo o esclarecimento de como vão financiar o FEEF, que todos concordam que tem de ser ampliado, sem pôr nele qualquer do seu dinheiro, e de esclarecer como vai ser paga a recapitalização dos bancos “cujas perdas potenciais crescem semana a semana”.

O editorial conclui afirmando que Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, em vez de culparem os gregos, “têm de assumir a sua quota-parte de responsabilidade pela crise – e resolvê-la de uma vez por todas.”

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