Este governo traz "favores e empregos para os amigos"

24 de julho 2011 - 1:58

Numa sessão ao ar livre no Furadouro, Francisco Louçã criticou a escolha do governo de colocar militantes do PSD e CDS na administração da Caixa Geral de Depósitos. O Bloco insiste na necessidade de renegociar a dívida e diz que o governo erra em agravar a recessão.

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Louçã critica escolha dos "boys" do PSD e do CDS para a administração da Caixa. Foto bill lapp/Flickr

“Não havia ‘jobs for the boys’, não havia favorecimento, não havia amigos. Pois não havia. Quem é que é o vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos? É o dr. Nogueira Leite, um vice-presidente do PSD. Quem é que o acompanha na administração da Caixa Geral de Depósitos? Um ex-secretário de Estado do CDS”, afirmou Louçã na primeira das sessões públicas ao ar livre que o Bloco promove durante o verão.



As ligações do administrador da Caixa agora nomeado ao ramo saúde do grupo Mello, numa altura em que a Caixa pode vender as empresas que detém nesta área, também foi sublinhada nesta sessão por Louçã: "O mundo é muito pequeno, nos negócios e no favorecimento entre a política e os interesses, mas não pode ser assim”.



O coordenador do Bloco começou a sessão referindo-se aos atentados “de uma crueldade imensa” da véspera em Oslo. “Creio que qualquer pessoa sente a dor daquelas famílias, daqueles jovens que foram chacinados, numa mortandade inexplicável, de uma violência enorme, como são todos estes episódios”, explicou Louçã.



Referindo-se à cimeira europeia dos dias anteriores, Louçã afirmou que hoje se verifica que o Bloco teve razão ao exigir a renegociação da dívida. "É vantajoso que os juros baixem e a renegociação é necessária porque não podemos pagar juros abusivos. Uma economia pior, que fica a dever mais dinheiro após anos de sacrifícios, não pode resolver os problemas do país", afirmou o dirigente bloquista.



Pedro Filipe Soares também interveio na sessão sobre algumas das Parcerias Público-Privadas que têm arruinado as contas públicas. O deputado do Bloco eleito por Aveiro lembrou que a Ascendi recebeu 2 mil milhões de euros nos últimos dez anos pela gestão das SCUT A25 e A29. "Para as pessoas, todo o saque. Para a Ascendi, todo o lucro", rematou.



Nelson Peralta, da distrital bloquista de Aveiro, abriu a sessão pública afirmando que o Bloco está "aberto ao diálogo com as pessoas e presta contas junto das populações" e reforçou a ideia de que com este governo "são os trabalhadores que estão a pagar a crise de quem investe na bolsa".