Em 2010, gestores da Jerónimo Martins ganharam 23 milhões

04 de março 2011 - 1:01

A administração e os quadros superiores da Jerónimo Martins receberam, em 2010, 23 milhões de euros só em salários e prémios. Rendimentos mais elevados são de Pedro Soares dos Santos (769 mil euros) e Luís Palha (771 mil euros).

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Presidente não-executivo (chairman) da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, apresenta resultados de 2010. Foto de António Cotrim, Lusa.

Pedro Soares dos Santos, líder executivo (CEO) da Jerónimo Martins (JM), que afirmou no mês passado que “seria uma bênção se o FMI entrasse em Portugal", e o seu antecessor Luís Palha da Silva, ex-director de campanha de Cavaco Silva para as eleições presidenciais, são os dois membros da administração que maior verba auferiram em 2010. Pedro Soares dos Santos arrecadou o montante de 769 mil euros e Luís Palha de 771 mil euros, o equivalente a mais de 64 mil euros mensais.

Na totalidade, no ano passado, os 11 membros da administração e os 93 quadros superiores (em 2009 eram 84) da JM receberam 23 milhões de euros em salários e prémios. Este montante representa uma subida de 38,8% face aos 16,5 milhões pagos em 2009.

Se também contabilizarmos indemnizações, plano de pensões e outros benefícios, os rendimentos totais dos membros da administração e dos quadros superiores da JM foram de 24,2 milhões de euros.

O conselho de administração constituído pelo presidente Alexandre Soares dos Santos; pelos vogais: António Mendo Castel-Branco Borges (antigo vice-presidente do PSD e actual director do Departamento Europeu do FMI), António Pedro Viana-Baptista, Artur Santos Silva, Hans Eggerstedt, José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos, Luís Maria Viana Palha da Silva, Marcel Corstjens, Nicolaas Pronk, Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos e Stefan Kirsten, recebeu um total de 3,8 milhões de euros, o que inclui 2,4 milhões relativos à parte remuneratória fixa e 1,35 milhões referentes à parte variável (prémios).

A Jerónimo Martins registou um aumento de 40% nos seus lucros em 2010, sendo que a distribuição de dividendos foi estrategicamente antecipada pela administração, tendo sido realizada ainda no ano passado, com o objectivo de fugir aos impostos estabelecidos no Orçamento de Estado para 2011.