Pedro Soares dos Santos, líder executivo (CEO) da Jerónimo Martins (JM), que afirmou no mês passado que “seria uma bênção se o FMI entrasse em Portugal", e o seu antecessor Luís Palha da Silva, ex-director de campanha de Cavaco Silva para as eleições presidenciais, são os dois membros da administração que maior verba auferiram em 2010. Pedro Soares dos Santos arrecadou o montante de 769 mil euros e Luís Palha de 771 mil euros, o equivalente a mais de 64 mil euros mensais.
Na totalidade, no ano passado, os 11 membros da administração e os 93 quadros superiores (em 2009 eram 84) da JM receberam 23 milhões de euros em salários e prémios. Este montante representa uma subida de 38,8% face aos 16,5 milhões pagos em 2009.
Se também contabilizarmos indemnizações, plano de pensões e outros benefícios, os rendimentos totais dos membros da administração e dos quadros superiores da JM foram de 24,2 milhões de euros.
O conselho de administração constituído pelo presidente Alexandre Soares dos Santos; pelos vogais: António Mendo Castel-Branco Borges (antigo vice-presidente do PSD e actual director do Departamento Europeu do FMI), António Pedro Viana-Baptista, Artur Santos Silva, Hans Eggerstedt, José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos, Luís Maria Viana Palha da Silva, Marcel Corstjens, Nicolaas Pronk, Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos e Stefan Kirsten, recebeu um total de 3,8 milhões de euros, o que inclui 2,4 milhões relativos à parte remuneratória fixa e 1,35 milhões referentes à parte variável (prémios).
A Jerónimo Martins registou um aumento de 40% nos seus lucros em 2010, sendo que a distribuição de dividendos foi estrategicamente antecipada pela administração, tendo sido realizada ainda no ano passado, com o objectivo de fugir aos impostos estabelecidos no Orçamento de Estado para 2011.