Trata-se de uma mobilização internacional para uma manifestação conjunta com mais de oito centenas de cidades em todo o mundo, este domingo, dia 19 de Junho, às 16h. Por aqui, a manifestação foi convocada em três cidades onde se realizaram “acampadas”: Lisboa - Cinema S. Jorge, Porto - Cubo-Ribeira e Coimbra - Praça 8 de Maio.
“À rua sairão os que estão descontentes com o actual sistema democrático, com desigualdades sociais e económicas e a incapacidade de intervenção na vida do colectivo”, lê-se na convocatória da acampada do Rossio, Lisboa.
A manifestação portuguesa inspirou-se no movimento internacional, que teve origem nos “Indignados” das Portas do Sol, em Madrid, e que chegou a realizar "acampadas" em cerca de 800 cidades no mundo.
Segundo Nuno, um activista português, o objectivo é "estimular o debate público sobre política", cita a Lusa. "Achamos que a sociedade está toda meio a dormir, queremos estimular o debate público e demonstrar às pessoas que há outras formas diferentes de intervir na sociedade. Isso aplica-se independentemente do governo que lá esteja", alegou.
O movimento defende "uma cidadania mais activa" e pretende com estas iniciativas apelar aos cidadãos para participarem mais. Dizem-se "desgostosos com o sistema actual" e defendem que "uma democracia mais verdadeira é possível".
Dia internacional de protesto por mais democracia
O protesto tem âmbito internacional e foi convocado em várias cidades da Europa e não só. Em Marrocos também foi convocada uma manifestação para este domingo, pelo Movimento 20 de Fevereiro, que, à semelhança dos movimentos europeus, ganhou o nome do dia em que saiu pela primeira vez à rua, juntando milhares de pessoas por mais democracia.
A realização de manifestações convocada em várias cidades tem como objectivo protestar contra o projecto de reforma constitucional anunciado na sexta-feira pelo rei Mohammed VI.
"As coordenações nacionais (do Movimento) apelaram para se manifestarem no domingo por uma constituição verdadeiramente democrática e um monarquia parlamentar", declarou Najib Chauki, um dos membros da secção de Rabat do Movimento, que reivindica mudanças profundas em Marrocos.
"O projecto tal como foi proposto pelo rei [esta sexta-feira] não responde às nossas reivindicações por uma verdadeira separação de poderes. Contestaremos pacificamente no domingo contra este projecto", adiantou.
Já em Espanha, e em especial em Madrid, as expectativas de uma mobilização em massa são elevadas, sobretudo depois dos acontecimentos que marcaram a última semana, envolvendo o Movimento 15 de Março em protestos em Barcelona e Valência, nos quais a polícia interveio violentamente.
