"Um impacto devastador na saúde mental de milhares de mulheres, homens e crianças enclausurados nas ilhas gregas desde março de 2016", é a consequência do acordo contra a imigração e refugiados celebrado entre a União Europeia e a Turquia, denunciou a Human Rights Watch, esta quarta-feira.
Em investigações realizadas em maio e junho de 2007, na ilha de Lesbos, a organização documentou a deterioração da saúde mental de refugiados com pedidos de asilo bem como migrantes - incluindo casos de auto-flagelação, tentativas de suicídio, agressão, ansiedade e depressão - causadas pela política grega de "contenção" destas pessoas nas ilhas, regularmente em condições "horrendas", de forma a facilitar o processo de retorno para a Turquia.
"O impacto psicológico nos anos de conflito, exacervado por condições de vida duras nas ilhas gregas e a incerteza causada por políticas inumanas, pode não ser tão visível quanto feridas físicas, mas não são menos atentatórias da vida", sustenta a organização internacional.
Milhares de refugiados, incluindo mulheres e crianças, estão encalusurados em centros de detenção financiados pela União Europeia - os chamados "hotspots". Em dezembro de 2016, a União Europeia e as autoridades gregas terminaram as exceções para grupos vulneráveis que a lei grega garantia, permitindo que algumas pessas em maior risco pudessem sair rapidamente da ilha.
O acordo "parte da premissa errada" de que a Turquia é um país seguro para os refugiados, diz a Human Rights Watch. Desde a entrada em vigor do acordo, dezenas de milhares de pessoas foram encarceradas em campos com "condições deploráveis nas ilhas gregas".
Crise de saúde mental nos campos de refugiados nas ilhas gregas
13 de julho 2017 - 13:41
O acordo contra a imigração e refugiados celebrado entre a UE e a Turquia "teve um impacto devastador na saúde mental de milhares de mulheres, homens e crianças enclausurados nas ilhas gregas, desde março de 2016", denunciou a Human Rights Watch, esta quarta-feira.
PARTILHAR
Milhares de refugiados, incluindo mulheres e crianças, estão encalusurados em centros de detenção financiados pela União Europeia. Campo de Refugiados em Moria, Grécia, janeiro de 2017.