Crise de saúde mental nos campos de refugiados nas ilhas gregas

13 de julho 2017 - 13:41

O acordo contra a imigração e refugiados celebrado entre a UE e a Turquia "teve um impacto devastador na saúde mental de milhares de mulheres, homens e crianças enclausurados nas ilhas gregas, desde março de 2016", denunciou a Human Rights Watch, esta quarta-feira.

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Campo de Refugiados em Moria, Grécia, janeiro de 2017.
Milhares de refugiados, incluindo mulheres e crianças, estão encalusurados em centros de detenção financiados pela União Europeia. Campo de Refugiados em Moria, Grécia, janeiro de 2017.

"Um impacto devastador na saúde mental de milhares de mulheres, homens e crianças enclausurados nas ilhas gregas desde março de 2016", é a consequência do acordo contra a imigração e refugiados celebrado entre a União Europeia e a Turquia, denunciou a Human Rights Watch, esta quarta-feira.

Em investigações realizadas em maio e junho de 2007, na ilha de Lesbos, a organização documentou a deterioração da saúde mental de refugiados com pedidos de asilo bem como migrantes - incluindo casos de auto-flagelação, tentativas de suicídio, agressão, ansiedade e depressão - causadas pela política grega de "contenção" destas pessoas nas ilhas, regularmente em condições "horrendas", de forma a facilitar o processo de retorno para a Turquia.

"O impacto psicológico nos anos de conflito, exacervado por condições de vida duras nas ilhas gregas e a incerteza causada por políticas inumanas, pode não ser tão visível quanto feridas físicas, mas não são menos atentatórias da vida", sustenta a organização internacional.

Milhares de refugiados, incluindo mulheres e crianças, estão encalusurados em centros de detenção financiados pela União Europeia - os chamados "hotspots". Em dezembro de 2016, a União Europeia e as autoridades gregas terminaram as exceções para grupos vulneráveis que a lei grega garantia, permitindo que algumas pessas em maior risco pudessem sair rapidamente da ilha.

O acordo "parte da premissa errada" de que a Turquia é um país seguro para os refugiados, diz a Human Rights Watch. Desde a entrada em vigor do acordo, dezenas de milhares de pessoas foram encarceradas em campos com "condições deploráveis nas ilhas gregas".