Concentração exigiu fim do transporte de gado para o Médio Oriente

11 de novembro 2017 - 19:51

Cerca de cem pessoas protestaram em frente ao Ministério da Agricultura para denunciar a crueldade do transporte de animais vivos por via marítima, que é feito sobretudo para o mercado israelita.

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Foto publicada na página Facebook da Plataforma Antitransporte de Animais Vivos

Empunhando cartazes com fotografias de vacas e bezerros enjaulados e maltratados, os ativistas da campanha contra o transporte de animais vivos voltaram a denunciar os maus-tratos infligidos ao gado que é embarcado nos portos de Sines e Setúbal com destino a países como Israel.

"Há animais que, inclusive, viajam feridos, com os cornos partidos. Depois da viagem, ficam moribundos, muitos morrem. Há animais que chegam [ao destino] cegos porque são mutilados pelos cornos dos outros animais, não têm espaço", afirmou à agência Lusa a porta-voz da Plataforma Antitransporte de Animais Vivos, Isabel Carmo.

A plataforma ainda espera medidas concretas do governo para garantir acompanhamento veterinário e proibir o transporte de animais vivos para países que "não respeitem normas de bem-estar”, depois de ter reunido em agosto com o ministro Capoulas Santos.

Entre as palavras de ordem entoadas neste protesto, ouviu-se “Animais para o Oriente, nunca mais” e “Calados nos querem, nos portos nos terão. Perante esta vergonha, queremos uma explicação!”.

A deputada bloquista Maria Manuel Rola também esteve presente para dar apoio a esta causa e considerou "inaceitável a falta de resposta por parte do Governo”. Até ao início do próximo ano, o Bloco de Esquerda apresentará uma proposta para regulamentar as viagens de longo curso e tornar mais efetiva a fiscalização das condições em que o transporte dos animais é feito.