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Bloco quer aumentar a colheita de sangue e regularizar o stock disponível

A quebra acentuada das reservas de sangue em Portugal e as declarações "nem esclarecedoras nem tranquilizadoras" do presidente do Instituto Português de Sangue e da Transplantação feitas na semana passada no Parlamento, levaram o Bloco a apresentar quatro propostas para corrigir esta situação "preocupante".
Portugal precisa de mais sangue e as doações estão a diminuir desde que o governo tirou as isenções de taxas moderadoras aos utentes. Foto Gov/BA

"As declarações do presidente do IPST não foram nem esclarecedoras nem tranquilizadoras. As explicações quanto aos motivos da redução das reservas de sangue foram vagas e imprecisas. E as medidas apontadas para ultrapassar a situação foram muito pouco convincentes", afirma o deputado João Semedo, que refere ainda que "basta consultar o site do IPS – onde a cada 3 horas é atualizado o stock total de sangue existente, nos três centros regionais – para constatar que a situação permanece preocupante".

O Bloco de Esquerda regista que as colheitas de sangue diminuíram em 2011 comparativamente a 2010 e continuam a cair em 2012. Só nos dois primeiros meses do ano foram colhidas nos três centros regionais menos cerca de sete mil unidades de sangue do que no ano passado, redução de 18,3%.

Para o Bloco, estes números encontram explicação "nos cortes forçados e injustificados na despesa útil - substituída por despesa inútil - e da diminuição dos profissionais ao serviço do IPS (menos 149 em 2011)". Mas há outras razões que ajudam a explicar o decréscimo, como a falta de recolha de sangue aos fins de semana, quando os dadores têm mais tempo livre para o fazer. Segundo o Bloco, ao sábado há apenas nove hospitais no país a recolher sangue e ao domingo o número desce para três.

Outra razão apontada por João Semedo prende-se com "a desmotivação dos dadores de sangue, em virtude do governo lhes ter retirado a isenção de pagamento das taxas moderadoras". Para evitar que o país sofra as consequências da falta de sangue, o Bloco propõe o regresso da isenção das taxas moderadoras para os dadores de sangue, maior promoção através de campanhas e o alargamento de postos de colheita, de brigadas móveis, e de sessões de colheita, aproveitando os fins de semana e os horários pós-laborais. João Semedo recomenda também a atribuição ao IPST dos "recursos financeiros, técnicos e humanos indispensáveis ao reforço da sua atividade e capacidade de resposta".

Por último, o Bloco defende a realização de uma auditoria aos serviços do antigo IPS, de forma a identificar "os problemas e as soluções no domínio dos procedimentos técnicos, da organização dos seus serviços, das relações com prestadores públicos e privados, da política de recursos humanos, dos critérios de seleção e nomeação das chefias, do financiamento e gestão financeira".

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