Bloco interpõe ação para travar privatização de Carris e Metro

04 de maio 2015 - 20:15

Nestas "concessões a privados, a dívida que foi acumulada ao longo dos anos fica toda no Estado e o que é privatizado” é o que hoje “dá lucro ao Estado", afirmou a porta-voz bloquista, anunciando uma acção popular, interposta por trabalhadores dos transportes e autarcas bloquistas junto do Supremo Tribunal Administrativo.

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Foto de Paulete Matos.

"Não é possível olhar para o frenesim deste Governo em final de mandato, a privatizar quase tudo o que ainda existe, sem preocupação. A poucas semanas de acabar o seu mandato, o Governo está a privatizar a TAP, o Oceanário, Transportes públicos do Porto e de Lisboa. Não é normal que um Governo em final de mandato esteja a privatizar tanto do que é colectivo de um país", avançou a dirigente bloquista durante uma conferência de imprensa que teve lugar na sede nacional do Bloco.

Segundo Catarina Martins, a iniciativa junto do Supremo Tribunal Administrativo (STA) visa "travar a concessão a privados do Metro e da Carris", com o argumento de que "há competências que são da Entidade Metropolitana de Transportes e competências, no que diz respeito às infra-estruturas no solo e subsolo, que são da autarquia".

"O Governo decidiu privatizar o que não é seu, atropelando a autonomia do poder local e as competências próprias dos municípios. A concessão dos transportes públicos em Lisboa e no Porto é um desastre político, económico e social. Retira às autarquias um instrumento fundamental de ordenamento do território e da gestão da cidade", defendeu.

Nestas "concessões a privados, a dívida que foi acumulada ao longo dos anos fica toda no Estado e o que é privatizado é a operação, ou seja, a parte da Carris e da Metro que hoje dá lucro ao Estado", frisou a porta-voz bloquista.

"Não há mecenas privados a investirem em transportes colectivos para oferecerem capital às cidades. O que querem fazer é tirar lucro dessas operações e, portanto, a expectativa é que queiram aumentar essas taxas de lucro, que as populações fiquem com menos serviços e esse serviço fique mais caro", rematou.

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