Em conferência de imprensa, Mariana Mortágua começou por falar nos resultados das eleições, sublinhando que o Bloco não cumpriu o seu “objetivo maior e primeiro de afirmar uma alternativa com a esquerda em Portugal, uma alternativa à direita”.
A coordenadora do Bloco assinalou que houve uma “viragem à direita, com uma radicalização da AD e da IL, e um crescimento muito preocupante da extrema-direita”.
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Mariana nomeou algumas das razões deste crescimento, que passam por a extrema-direita ter “um cada vez maior apoio das elites económicas; uma expressão internacional com efeitos em vários países; fazer parte de uma estratégia de interesses geopolíticos variados com expressões também em vários países; e ter o apoio de grupos religiosos importantes”.
Esta será, de acordo com a líder bloquista, uma “parte importante da explicação do crescimento”. No entanto, Mariana Mortágua apontou que este “é também o reflexo do desgaste da governação do Partido Socialista” e, em particular, no contexto de uma maioria absoluta “que não soube dialogar com o país, manteve guerras abertas com grupos profissionais”, e que “não soube resolver crises, que se foram agravando e que se transformaram em crises políticas”. Tal contribuiu para que se instalasse a “falta de credibilidade de um projeto alternativo”, continuou.
A coordenadora do Bloco referiu ainda que o atual líder do PS, Pedro Nuno Santos, “não se distanciou desse legado da maioria absoluta e escolheu afirmá-lo”, decisão que, conforme sublinhou, também contribuiu para retirar credibilidade a esse projeto alternativo.
Mariana Mortágua reforçou que o Bloco será uma “oposição determinada, corajosa e incansável à governação da direita”. E que será uma “força dialogante que procura e quer continuar a procurar convergências com os partidos da esquerda, com os partidos ecologistas”.
A líder bloquista garantiu ainda que o partido é uma “força que não desiste de afirmar um projeto alternativo”.
Catarina Martins é a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar
Mariana Mortágua enfatizou que “o combate à extrema-direita faz-se, desde logo, na Europa e no Parlamento Europeu onde é preciso, além de combater a extrema direita, além de organizar a esquerda, apresentar um projeto alternativo, de um Europa alternativa” que respeite os direitos humanos, seja capaz de respeitar os direitos sociais e de dar resposta às populações, de travar o crescimento da extrema-direita, e de ter um programa de planificação ecológica para responder à crise ambiental.
“A esquerda na Europa tem de estar organizada e capaz de fazer este combate”, realçou a coordenadora do Bloco.
E a candidatura de Catarina Martins é, conforme defendeu Mariana Mortágua, a “candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar”.