Bloco apresenta candidatura de Catarina Martins ao Parlamento Europeu

16 de março 2024 - 19:36

Após a reunião da Mesa Nacional, Mariana Mortágua afirmou que esta é a “candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar” num contexto em que, além de combater a extrema direita e organizar a esquerda, é imperativo apresentar um projeto de uma Europa alternativa.

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Foto de Ana Mendes.

Em conferência de imprensa, Mariana Mortágua começou por falar nos resultados das eleições, sublinhando que o Bloco não cumpriu o seu “objetivo maior e primeiro de afirmar uma alternativa com a esquerda em Portugal, uma alternativa à direita”.

A coordenadora do Bloco assinalou que houve uma “viragem à direita, com uma radicalização da AD e da IL, e um crescimento muito preocupante da extrema-direita”.


Leia aqui a Resolução da Mesa Nacional de 16 de março de 2024


Mariana nomeou algumas das razões deste crescimento, que passam por a extrema-direita ter “um cada vez maior apoio das elites económicas; uma expressão internacional com efeitos em vários países; fazer parte de uma estratégia de interesses geopolíticos variados com expressões também em vários países; e ter o apoio de grupos religiosos importantes”.

Esta será, de acordo com a líder bloquista, uma “parte importante da explicação do crescimento”. No entanto, Mariana Mortágua apontou que este “é também o reflexo do desgaste da governação do Partido Socialista” e, em particular, no contexto de uma maioria absoluta “que não soube dialogar com o país, manteve guerras abertas com grupos profissionais”, e que “não soube resolver crises, que se foram agravando e que se transformaram em crises políticas”. Tal contribuiu para que se instalasse a “falta de credibilidade de um projeto alternativo”, continuou.

A coordenadora do Bloco referiu ainda que o atual líder do PS, Pedro Nuno Santos, “não se distanciou desse legado da maioria absoluta e escolheu afirmá-lo”, decisão que, conforme sublinhou, também contribuiu para retirar credibilidade a esse projeto alternativo.

Mariana Mortágua reforçou que o Bloco será uma “oposição determinada, corajosa e incansável à governação da direita”. E que será uma “força dialogante que procura e quer continuar a procurar convergências com os partidos da esquerda, com os partidos ecologistas”.

A líder bloquista garantiu ainda que o partido é uma “força que não desiste de afirmar um projeto alternativo”.

Catarina Martins é a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar

Mariana Mortágua enfatizou que “o combate à extrema-direita faz-se, desde logo, na Europa e no Parlamento Europeu onde é preciso, além de combater a extrema direita, além de organizar a esquerda, apresentar um projeto alternativo, de um Europa alternativa” que respeite os direitos humanos, seja capaz de respeitar os direitos sociais e de dar resposta às populações, de travar o crescimento da extrema-direita, e de ter um programa de planificação ecológica para responder à crise ambiental.

“A esquerda na Europa tem de estar organizada e capaz de fazer este combate”, realçou a coordenadora do Bloco.

E a candidatura de Catarina Martins é, conforme defendeu Mariana Mortágua, a “candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar”.