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Bloco acusa Cavaco de fugir à responsabilidade

Deputado bloquista acusa Presidente da República de “usar o velho truque de se referir aos decisores como se não fosse um deles", e de usar a mensagem de Ano Novo para fazer tempo de antena do candidato presidencial.
"Não se pode fazer apelos à coesão quando se apoiam medidas de austeridade que destroem essa coesão", sublinhou Jorge Costa

O Bloco de Esquerda reagiu à mensagem de Ano Novo do Presidente da República acusando Cavaco Silva de se referir aos decisores políticos responsáveis pela situação que vivemos como se não fosse um deles.

"Cavaco Silva é um dos políticos no activo com responsabilidades de governo há 30 anos e não é aceitável que se refira aos políticos como se não fosse um deles", disse o deputado Jorge Costa.

No discurso, o presidente afirma que "a partir do segundo semestre de 2010 já ninguém pôde negar que o País atravessa uma situação de grave crise económica e financeira, a qual tem efeitos negativos no plano social. Aquilo que para alguns era já uma evidência, para a qual na devida altura alertaram os Portugueses, foi finalmente reconhecido por todos, a começar pelos decisores políticos".

Para Jorge Costa, Cavaco Silva "voltou a fazer o velho truque de se referir aos decisores como se não fosse um deles" e com "as frases equívocas habituais mostrou de que lado está".

Cavaco Silva considerou ainda ser "essencial que 2011 fique marcado pela firmeza no combate ao desemprego e à pobreza", e defendeu que os sacrifícios têm de ser repartidos de uma forma justa por todos, "sem excepções ou privilégios". E acrescentou: "pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana nem com o valor fundamental da coesão social".

Na opinião do deputado bloquista, o presidente mostrou que "está do lado da receita da austeridade proposta por Bruxelas e aplicada pelo governo, agravando o ciclo da austeridade, do desemprego e da descida dos salários. Não se pode fazer apelos à coesão quando se apoiam medidas de austeridade que destroem essa coesão", sublinhou Jorge Costa, apontando para "o enorme risco de a mensagem do Presidente ser confundida com o tempo de antena do candidato presidencial".

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