Banqueiros ganharam mais o ano passado

08 de abril 2011 - 15:56

Presidentes dos três principais bancos privados ganham mais 7% em 2010. Em plena crise económica, Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich receberam 2,5 milhões de euros de remunerações em 2010.

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Presidentes dos três principais bancos privados ganham mais 7% em 2010. Foto de António Cotrim, Lusa.

Os três maiores bancos privados portugueses, BES, BCP e BPI, aumentaram as remunerações das suas comissões executivas em 8,8% no ano passado, para um valor na ordem dos 13,6 milhões de euros. Ao nível dos vencimentos dos respectivos presidentes o aumento foi de 7% em relação ao ano passado. Também os conselhos de administração registaram um aumento de 3,1% nas remunerações de 2010, saldando-se em 19,8 milhões de euros.

Na dianteira do campeonato das remunerações milionárias do sistema financeiro português encontra-se Ricardo Salgado, presidente do BES, que recebeu 1,2 milhões de euros em 2010, depois de ter recebido 1,051 milhões de euros no ano anterior. Do seu vencimento fazem parte 546 mil euros de vencimento fixo e 674 mil euros de remuneração variável. Os restantes 11 administradores executivos do BES auferiram em 2010 2,1 milhões de euros, pagos em 2012, 2013 e 2014.

O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, recebeu no ano passado 730 mil euros de remunerações, repartidos entre 464 mil euros referentes ao vencimento fixo e 266 mil euros referentes à remuneração variável. Os sete administradores da comissão executiva do BPI receberam 3,89 milhões de euros no ano passado.

Carlos Santos Ferreira foi o único dos três principais banqueiros que viu o seu vencimento cair, ainda que apenas 0,4%, tendo recebido 647 mil euros em 2010 contra os 650 mil euros auferidos no ano anterior. Já o conjunto de nove administradores do BCP receberam 4,1 milhões de euros em 2010 contra os 3,6 milhões recebidos no ano anterior pelos então oito administradores.

Regime de excepção na Caixa Geral de Depósitos

A administração da CGD negociou um acordo com o Estado prevendo um regime de excepção para os seus quadros, numa altura em que o Governo aprovou no Orçamento de Estado para 2011 cortes salariais na Função Pública, entre os 3,5% e 10% para salários superiores a 1500 euros.

A proposta negociada entre a administração da CGD e o Estado, e que conta já com a aprovação verbal do Governo, prevê aplicar os cortes salariais apenas nos subsídios de férias e Natal, isentando as restantes remunerações.

No total, a proposta apresentada ao Governo prevê uma redução da massa salarial na ordem dos 7%, à custa de cortes nos vencimentos com pessoal em cerca de 31 milhões de euros, prevendo igualmente a redução de um terço da remuneração complementar dos trabalhadores e o congelamento de bónus.