Está aqui
Ativistas laborais do Bloco reuniram em Lisboa
José Casimiro, coordenador da CNT, abriu o Encontro fazendo o enquadramento da discussão do Documento base sobre a crise sistémica do capitalismo e a ofensiva contra os/as trabalhadores/as, o “chão da fábrica” em mudança que tem a ver com a quarta revolução industrial e sua evolução em Portugal (que será tratado e aprofundado no próximo Encontro Nacional de Trabalho) e as lutas desenvolvidas e travadas na construção de uma nova agenda política de intervenção nos movimentos laborais – sindicatos e CT’s – a afirmar-se a partir das empresas e dos setores de atividade.
Entre os temas discutidos neste encontro estiveram a precariedade no trabalho, a subcontratação de serviços e o trabalho em call center, (80% dos contratos celebrados entre outubro de 2013 e junho 2017 são precários), os baixos salários, a intensificação dos ritmos de trabalho, o trabalho por turnos e o desgaste rápido, mais saúde e melhores salários, respeito pelo trabalhador, redução do horário de trabalho para as 35h e até mesmo para as 30h da jornada de trabalho, reposição de carreiras e salários, o fim do trabalho temporário, o trabalho social, a subida do salário mínimo e a compressão dos salários, o bloqueio da negociação coletiva e da revisão da legislação laboral, e o combate ao desemprego.
Na sessão de encerramento, Catarina Martins fez uma abordagem ao Orçamento do Estado para 2018 e à anunciada capitulação do PS perante os interesses dos lóbis da energia, em desfavor do povo pobre. A coordenadora bloquista colocou a necessidade de uma maior reflexão e intervenção dos ativistas nos locais de trabalho com uma agenda própria em cada empresa e nos movimentos laborais. E falou ainda da necessidade de dar maior visibilidade às lutas contra aqueles que as querem manter na invisibilidade e os dados sobre o aumento do salário mínimo nacional e a pressão sobre os outros salários.
A deputada Isabel Pires falou da importância da participação na CGTP e da ligação, articulação e funcionamento dos sindicatos nacionais e europeus, perante a perda de direitos de um modo geral, na Diretiva de Destacamento, e no Plano Pan-Europeu de Reformas que aí vem e que diz bem do chamado Pilar dos Direitos Sociais que se anuncia.
O deputado José Soeiro fechou o Encontro, incentivando ao impulso do trabalho dos bloquistas nas empresas e nos sindicatos e do envolvimento numa tendência sindical ampla. Abordou a estratégia das multinacionais em Portugal na atualidade, das suas “reestruturações” cujas consequências são despedimentos de uma forma aberta ou encapotada, como na PT/MEO (Altice), na Efacec, na CGD, entre outras. Falou ainda da necessidade de confrontar o governo e os patrões com a reapresentação de propostas no parlamento como o banco de horas individual, reverter as indemnizações por despedimento, a facilitação dos despedimentos, a contratação coletiva e a caducidade das convenções, o tratamento mais favorável e os motivos da contratação a prazo, entre outros projetos.
O Encontro encerrou com a votação unanime da resolução “Valorizar a luta do trabalho e dos trabalhadores é o caminho!”
Adicionar novo comentário