Análise do governo à avaliação da troika é “pura fantasia”

05 de junho 2012 - 0:09

Francisco Louçã sublinhou que a análise do governo à avaliação da troika é “pura fantasia” e que o governo já foi chumbado quatro vezes “porque durante estes quatro exames há mais 200 mil desempregados”. O dirigente bloquista adiantou ainda que o empréstimo à banca servirá para “pagar juros extorsionários” e “não para apoiar a economia”.

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Foto de José Sena Goulão/Lusa

Durante um encontro com a população, que teve lugar esta segunda feira na Arcada da Avenida Central de Braga, o deputado do Bloco de Esquerda defendeu que a análise feita pelo governo à avaliação da troika “é pura fantasia”, frisando que “o Governo teve hoje que reconhecer que vai aumentar imenso a dívida portuguesa”.

“É a quarta vez que Portugal é chumbado porque durante estes quatro exames há mais 200 mil desempregados”, adiantou Louçã, avançando com o exemplo mais recente dos “mais de 70 trabalhadores lançados para a rua pela empresa Sá Machado”, de Braga.

“Se se chama a isto aprovar eu bem gostaria de perceber com que classificação se medem”, afirmou o dirigente bloquista, alertando para o facto de o Governo, que “é aprovado pela troika”, “chumbar o país, o emprego e a economia" e de o caminho apontado pela troika ser o caminho “para uma enorme tragédia”.

Para Louçã, a “solução” avançada pela troika para combater o desemprego, e que passa por “facilitar ainda mais os despedimentos”, significa “mais desemprego, mais dívida e que o país vai ficar cada vez pior”.

Empréstimo à banca servirá para pagar juros extorsionários

“Ainda agora em Portugal soubemos que a Troika ainda vai emprestar quatro mil milhões a um Governo que vai dar seis mil milhões para um sistema financeiro, não para garantir que as pessoas sejam protegidas e não para garantir o apoio à economia", afirmou Louçã, reagindo desta forma ao anúncio, por parte do ministro das Finanças, de que o Estado vai injetar até 6650 milhões de euros na banca nacional, dos quais 5.000 milhões virão do programa de ajuda externa a Portugal.

Este empréstimo irá, na realidade, e segundo defendeu o dirigente bloquista, servir para “pagar juros extorsionários”.

“Os bancos tiveram acesso a empréstimos a 3 anos desde dezembro do ano passado a um por cento, ou seja gratuitamente, e não apoiaram a economia, não aumentaram o crédito”, lembrou Francisco Louçã, sublinhando que a “solução para o país” passa por “deixar de perder o dinheiro dos salários, das pensões, dos impostos”.

O deputado do Bloco de Esquerda adiantou ainda que é imperativo que "devolvam o país e a democracia" a quem de direito e que temos que exigir “solidariedade ativa de toda a Europa contra a especulação financeira”.

"É nestes momentos que temos que nos fazer grandes na luta contra o abuso financeiro, contra a extorsão, na solidariedade, grandes na justiça", rematou Louçã.