Ameaça de despedimento no Expresso

09 de novembro 2010 - 15:55

Há “15 a 20 trabalhadores do jornal ameaçados de despedimento" segundo o comunicado do Sindicato de Jornalistas. Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, que apresenta lucros de 2,1 milhões €, justifica-se com a "necessidade de fazer esforços e corte nos custos".

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Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, apelou à "necessidade de fazer esforços e cortes nos custos". Foto Inácio Rosa/LUSA.

A Administração do semanário “Expresso” comunicou esta segunda-feira a intenção de despedir entre 15 a 20 trabalhadores – incluindo um número indeterminado de jornalistas – ao serviço do jornal, numa operação de redução forçada de custos para aumentar os lucros.

Entretanto, o Sindicato de Jornalistas emitiu um comunicado onde sublinha que “nada justifica esta operação de "emagrecimento", aparentemente disfarçada de rescisões por “mútuo acordo” mas que, na verdade, "ameaça de recorrer a processos de despedimento colectivo ou de extinção de postos de trabalho".

No mesmo documento, o sindicato exige à administração da Impresa que suspenda os despedimentos e diz não aceitar que “os trabalhadores sejam sacrificados em operações de emagrecimento de quadros para crescimento dos lucros.”

De facto, aponta o sindicato, ainda no final de Outubro, o Grupo Impresa comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) um novo aumento de lucros para 2,1 milhões de Euros no terceiro trimestre deste ano, representando um aumento de 728,5% em relação ao período homólogo do ano passado, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu para 17,9 milhões de euros. Já o EBITDA do primeiro semestre mostrara um crescimento de 53,7% comparado com o de 2009.

Já quanto aos resultados do exercício de 2009, a Impresa congratulou-se por ter “cumprido integralmente os seus objectivos de regresso aos lucros, do corte de custos e de redução da dívida”.

Contudo, num e-mail enviado à redacção do Diário Económico, e assinado pelo próprio presidente do grupo - que, além do Expresso, detém a SIC, SIC Notícias -, Pinto Balsemão apelou à "necessidade de fazer esforços e cortes nos custos".

No comunicado oficial da Impresa, pode ler-se ainda que "tal como foi referido na divulgação das contas trimestrais, a Impresa não deixará de tomar as medidas que considere necessárias para fazer frente à situação adversa que começa a afectar o sector dos media.