O candidato presidencial não deixa cair o caso BPN. Manuel Alegre afirmou que as explicações de Cavaco Silva sobre a administração do BPN “não encerram o caso” e que o Presidente da República “tem muita coisa que vai ter que explicar”.
"O Presidente tem de mostrar o contrato de venda daquelas acções [da SLN]" que "apesar de não estarem cotadas em bolsa permitiram uma mais-valia de 145%", disse Manuel Alegre no final do almoço com os elementos da comissão de honra da sua candidatura na Madeira.
Para Manuel Alegre, é necessário “saber a quem as vendeu, como é que em tão pouco tempo aquelas acções se valorizaram cerca de 40 por cento. E, se isso é verdade, e se por acaso ele as vendeu ao presidente do BPN, então é um caso político e tem de ser publicitado. Se não está tudo bem”.
Para o candidato presidencial Manuel Alegre, Cavaco Silva “diz que tem um compromisso com a verdade, como tal deve dizer a verdade toda”. “Não estou a pôr em causa, nem a fazer insinuações, isto é um facto político. Ele é Presidente da República, não é um cidadão qualquer”, declarou.
Alegre concluiu as suas declarações afirmando que neste momento os elementos sobre este caso “são rumores e a partir do momento em que isso acontece, em qualquer país do mundo, em qualquer pais democrático… essas coisas têm de ser esclarecidas para bem dele, para bem da República e para bem da ética republicana”.
Manuel Alegre efectua esta terça-feira uma visita à Região Autónoma da Madeira no âmbito da pré-campanha para as eleições presidenciais de 23 de Janeiro.
O programa inclui esta tarde uma reunião com os responsáveis da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), uma arruada na capital madeirense e um jantar com apoiantes no Madeira Tecnopolo.
Cavaco lucrou 147 mil euros com acções da holding do BPN
Em declarações à TVI24, após o debate presidencial com Francisco Lopes, Cavaco Silva voltou a afirmar o que já havia sido divulgado em 2008 através de comunicado: “Nunca trabalhei no BPN, nunca comprei nem vendi nada do BPN, nunca recebi qualquer remuneração do BPN, é um caso de Justiça e o Presidente da República não deve interferir nos processos judiciais”.
Contudo, apesar de ter negado à TVI24 ter comprado ou vendido algo do BPN, a verdade é que Cavaco Silva teve um lucro de 147.500 euros com a venda de acções da SLN, que é dona deste banco. O negócio remonta a 2003. A filha do candidato presidencial também ganhou 209.400 euros.
Já em Maio de 2005, o jornal Expresso já dava conta do negócio que envolvia Cavaco Silva e a Sociedade Lusa de Negócios (SLN), dona do Banco Português de Negócios (BPN).
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