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Anonymous ridiculariza FBI e Scotland Yard

Coletivo de ativistas interceta conferência telefónica entre agentes americanos e britânicos que discutiam perseguição a hackers. Divulga igualmente mails de soldado americano responsável por massacre no Iraque.
O rato, desta vez, caçou o gato. Foto de liryon

O coletivo de ciberativistas Anonymous pôs a ridículo os agentes do FBI e da Scotland Yard que se dedicam a persegui-los, divulgando publicamente a gravação de uma conferência telefónica em que se discutiam planos de caça aos hacktivistas. Mas o rato, desta vez, caçou o gato.

A gravação tem cerca de cinco homens falando da Grã-Bretanha, de Los Angeles e de Washington, que discutem as investigações sobre o Anonymous e outros grupos similares, além de citar planos para prisões de suspeitos que estariam à beira de ocorrer.

#FFF: FuckFBIFriday

Ultimamente, o Anonymous instaurou a prática de divulgar todas as sextas-feiras informações sigilosas sobre o FBI. Trata-se do #FFF, ou FuckFBIFriday. Esta sexta, além de evidenciarem que estão um passo à frente dos investigadores e que têm conhecimento das suas mais secretas ações, divulgaram também volumosa correspondência relacionada com o caso do sargento Frank Wuterich, das tropas americanas no Iraque, responsável pelo massacre de 24 civis há seis anos e que foi julgado e não teve qualquer condenação.

A gravação da conferência telefónica – que teria acontecido no dia 17 de janeiro – foi divulgada junto com o texto de um e-mail enviado pelo FBI para agências de segurança em diversos países dando detalhes sobre como participar da chamada.

O e-mail anunciava o assunto da conferência: "discutir as investigações em curso relacionadas ao Anonymous, ao Lulzsec, ao Antisec e a outros grupos relacionados".

Em comentário no Twitter, o Anonymous ironizou, afirmando que "o FBI deve estar curioso de saber como temos conseguido ler os comunicados deles há algum tempo".

Nós já estragamos as coisas no passado"

Uma das partes mais “picantes da conversa de 20 minutos ocorre quando os agentes britânicos discutem o adiamento de algumas prisões enquanto as investigações americanas estão a decorrer, e os investigadores do FBI agradecem a cooperação. "Estamos aqui para ajudar. Nós já estragamos as coisas no passado", responde um dos britânicos.

O FBI anunciou que está a “caçar os autores da gravação”, e que esta foi obtida de forma ilegal.

Massacre de Haditha

O Anonymous divulgou também gigabytes de emails dos advogados da firma Puckett and Faraj, que representaram o sargento Franl Wuterich no julgamento sobre o massacre de Haditha, em que o militar admitiu ter conduzido os marines a duas casas de civis no Iraque, em 2005, massacrando 24 civis, entre eles mulheres e crianças, e um idoso numa cadeira de rodas.

No mês passado, o julgamento terminou sem condenar o sargento a uma pena de cadeia.

“Como parte dos esforços em curso para expor a corrupção do sistema judicial e a brutalidade do imperialismo dos EUA, queremos chamar a atenção para o sargento Frank Wuterich que, junto com o seu esquadrão assassinou dezenas de civis desarmados durante a ocupação do Iraque”, diz a mensagem deixada no site da firma de advogados, segundo o site RT.com. “Acreditam que este bandalho teve as acusações reduzidas e safou-se apenas com o pagamento de uma multa?”

“Ao mesmo tempo”, prossegue o comunicado, “Bradley Manning, que teve a bravura de arriscar a vida e a liberdade para expor a verdade sobre a corrupção do governo está ameaçado de prisão perpétua”.

Nos emails divulgados, segundo o Anonymous, há piadas do advogado Neal Puckett sobre o incidente em que soldados americanos urinaram sobre cadáveres no Afeganistão e provas de que este recebe fundos do autor de um blog racista, ele também ex-marine.

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