CGTP convoca Greve Geral para 22 de março

16 de fevereiro 2012 - 18:28

O combate às alterações das leis laborais propostas pelo governo, que quer aplicar o Código do Trabalho do sector privado à Função Pública e agravar as dificuldades destes trabalhadores, levaram a CGTP a convocar uma Greve Geral para o dia 22 de março, quando se finaliza o debate parlamentar deste "pacote de exploração".

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Greve Geral convocada para 22 de março. Foto José Coelho/Lusa

"O Conselho Nacional aprovou um consenso muito grande uma greve geral para o dia 22 de março", disse Arménio Carlos na conferência de imprensa realizada esta quinta-feira na sede da central sindical. Para o líder da CGTP, trata-se de "uma Greve Geral de todos e para todos, independentemente da sua filiação sindical" e apelou a todos os sindicatos para que "participem na unidade de todos os trabalhadores na luta contra este pacote de exploração".



Quanto ao timing da Greve Geral Arménio Carlos explicou que "considerámos que esta Greve Geral devia ter lugar antes do processo final que está em debate na Assembleia da República", e que prevê o maior ataque aos funcionários públicos com cortes pela metade no valor pago pelas horas extraordinárias, a criação da mobilidade geográfica sem acordo do trabalhador, o corte de quatro feriados e a introdução de um banco de horas, entre outras medidas.



O Bloco de Esquerda reagiu à convocatória da Greve Geral, expressando o seu apoio à iniciativa da CGTP. "Saudamos esta decisão porque face ao brutal ataque aos direitos dos trabalhadores, que passam a ser tratados como um objecto que faz horas extraordinárias sem serem pagas, sujeitos a bancos de horas e à mobilidade geográfica que lhes destroem a vida familiar, a única resposta tem de ser a luta pelos seus direitos", afirmou o deputado Pedro Filipe Soares.





Na conferência de imprensa da CGTP foram anunciadas outras iniciativas, como a participação na Jornada Europeia promovida pela CES a 29 de fevereiro, com o lema "Contra a Austeridade, a Exploração e a Pobreza", que terá "iniciativas com expressão de rua durante a tarde de 29 de fevereiro", o apelo às mulheres trabalhadoras para que participem nas comemorações do 8 de março, Para depois da Greve Geral está já agendada uma manifestação da Interjovem contra o desemprego juvenil e a precariedade a 31 de março.

 

Arménio Carlos afirmou ainda que "está em desenvolvimento um brutal ataque ao Estado Social" e que "a política que está a ser seguida não resolve os problemas do país, agrava-os". No entender do dirigente sindical, "se não resultaram na Grécia, as políticas que estão a ser implementadas também não resultam cá de certeza".