“Os nossos governantes vão além dos sacrifícios impostos pela troika"

02 de fevereiro 2012 - 0:01

D. Januário Torgal acusou o governo de tratar os trabalhadores por conta de outrem como se fossem “os assassinos do país", defendendo que essa ideia "é uma calúnia e um aproveitamento, porque na crise revelam-se oportunidades para explorar os explorados". O Bispo das Forças Armadas defendeu a renegociação da dívida.

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"As medidas da troika são duras mas não me deixam surpreso, mas depois descubro que os nossos governantes vão além dos sacrifícios impostos pela troika e fico atónito", sublinhou D. Januário Torgal em entrevista ao Dinheiro Vivo.

"As medidas da troika são duras mas não me deixam surpreso, mas depois descubro que os nossos governantes vão além dos sacrifícios impostos pela troika e fico atónito", sublinhou D. Januário Torgal em entrevista ao Dinheiro Vivo.

"Não acredito que quando começarem a morrer pessoas à fome, quando começar tudo numa barafunda, se continue a achar que vale a pena puxar a manta", reforçou o Bispo das Forças Armadas, defendendo que se deve proceder à renegociação da dívida.

D. Januário Torgal acusou o governo de uma “grande insensibilidade social”, de privar o povo “dos recursos que tem" ao implementar políticas que "exageram as medidas da troika" e de não tomar medidas para conter a escalada da taxa de desemprego, que já ascende a 13,6%.

O Bispo das Forças Armadas criticou também medidas concretas, como o fim dos feriados, frisando que  "não são os trabalhadores por conta de outrem os assassinos do país", ideia que é “uma calúnia e um aproveitamento, porque na crise revelam-se oportunidades para explorar os explorados".

D. Januário frisou ainda que não tem dúvidas de que, quando chegar a altura de eleições, "vai ser ver dinheiro a jorros" e de que,"nessa altura, todos vão ser bestiais".