“União Europeia protege especulação”

06 de junho 2010 - 12:22

Francisco Louçã acusa a Comissão Europeia, o FMI e os ministros das Finanças de protegerem os bancos que especulam e que roubam as economias.

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“O inimigo é a especulação, a ditadura financeira”, diz Louçã. Foto de Paulete Matos

“Quanto mais especularem, quanto mais roubarem as economias, mais são apoiados pela Comissão Europeia, mais são apoiados pelo FMI, mais são apoiados pelos ministros das Finanças”, disse Francisco Louçã, em Leiria, num almoço com militantes do Bloco de Esquerda.

Para o coordenador da comissão política do Bloco, “esta lógica imparável continua sempre a prejudicar o trabalho e a prejudicar o emprego”.

Ao abordar a possibilidade de a Hungria entrar na bancarrota, o dirigente lembrou a situação da Grécia que “tem estado à beira da bancarrota depois das malfeitorias financeiras que se viram contra os trabalhadores” e de outros países que “sentem os ataques dos especuladores financeiros”, como Portugal, Espanha e Itália.

“E não é espantoso que perante este abismo do sistema financeiro, este ataque dos principais bancos, a resposta que o Estado dá é proteger o sistema financeiro, é proteger a especulação?”, questionou, considerando ser “exactamente isso que faz a União Europeia”.

O deputado criticou ainda “o ataque aos trabalhadores” feito pelo governo, com a diminuição do subsídio de desemprego, e, logo depois, a renovação do “apoio ao sistema financeiro com a garantia que o Estado dá com o dinheiro dos nosso impostos”.

“São dois pesos e duas medidas”, acusou. “Os trabalhadores têm menos, estão desempregados, e os bancos têm mais”, resumiu, sublinhando que, embora os especuladores estejam lá fora, o inimigo também está cá dentro.

“O inimigo também está dentro do nosso país, o inimigo é a especulação, a ditadura financeira, esta forma que tem desagregado a economia, como da Hungria, como da Grécia ou que tem atacado outras zonas da economia europeia”, considerou, defendendo a necessidade de “uma economia que responda às dificuldades e não aceite o roubo que a ditadura financeira impõe”.